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Repórter faz teste do bafômetro após comer pão de forma e resultado o faz ser "autuado"

 

O repórter Ravi Marques fez um teste do bafômetro após ter comido duas fatias de pão de forma durante entrevista ao vivo do Bom Dia Piauí na sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta sexta-feira (19), e foi "autuado" pelo teor de 0.09 de álcool no corpo.

A situação, na verdade, não passou de uma "brincadeira" para que o inspetor Adel Barbosa explicasse na prática como o consumo do alimento pode levar motoristas a flagrante por embriaguez em testes do bafômetro, conforme apontado por estudo publicado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), que apontou que marcas populares do produto têm alto teor alcóolico.

"Primeiramente deu 0.03, quase uma infração, já que a margem de multa é 0.04, depois de mais uma fatia deu 0.09, ou seja, deu alcoolemia", afirmou o inspetor.

Contudo, Adel Barbosa afirmou que a situação não deve preocupar tanto os condutores. "O teste de bafômetro é feito e após 15 minutos o policial faz novamente. Com o Ravi, fizemos o primeiro teste e depois diminuiu para 0.03", disse.

Álcool+pão

Um estudo publicado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, conhecida como Proteste, apontou que marcas populares de pão de forma têm alto teor alcóolico. Em três marcas, a quantidade de álcool poderia levar motoristas a flagrante por embriaguez em testes do bafômetro.

A pesquisa analisou o teor alcóolico de dez marcas de pão de forma vendidas em supermercados pelo Brasil. São elas: Pulmann, Visconti, Bauducco, Wickbold 5 zeros, Wickbold sem glúten, Wickbold leve, Panco, Seven Boys, Wickbold e Plusvita.

Nas análises, os pesquisadores descobriram que seis seriam considerados alimentos alcóolicos, se houvesse essa classificação. No produto analisado da Visconti, por exemplo, a porcentagem de álcool encontrada foi de 3,37%. Já na Bauducco, a porcentagem foi de 1,17%.

No Brasil, a legislação exige que bebidas com teor de etanol acima de 0,5% sejam classificadas como alcóolicas. Ou seja, um volume muito menor do que o encontrado nos pães.

​​​​​​Como o álcool vai parar no pão?

O processo de fermentação, que faz com que o pão cresça, produz álcool. Apesar disso, é quase tudo evaporado enquanto o pão é assado. Segundo a associação, o índice de álcool que eles encontraram está na tentativa das empresas de conservar os produtos.

 Segundo a associação, 10% de toda a produção de pães no Brasil é perdida por causa de mofo. Para aumentar a durabilidade do produto, as empresas usam um antimofo que é diluído em álcool.

Corante, aromatizante, adoçante e conservante: entenda o rótulo dos alimentos

 Essa quantidade deveria ser limitada e, com isso, desapareceria até que o pão chegasse na mesa das pessoas. No entanto, isso não está acontecendo e, segundo a pesquisa, tem a ver com a quantidade de produto usada.

O alerta da Proteste é de que os pães estão chegando com teor alcóolico, muitas vezes, de bebida, mas sem esse alerta aos consumidores. Com isso, crianças e gestantes, por exemplo, estão consumindo álcool sem saber.

Pães que fariam motoristas serem pegos no bafômetro 

 Pela lei, um teste do bafômetro não pode passar de 0,04 mg/l. De 0,05 mg/l a 0,33mg/l é considerada infração gravíssima e acima disso crime de trânsito.

Na pesquisa, a associação analisou o risco de um motorista ultrapassar o limite no teste depois de comer duas fatias de pão. Três marcas representaram risco.

Fonte: G1

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