Em 2024 o Piauí deu um passo histórico em direção ao fortalecimento de sua economia mineral com a reativação do Centro de Tecnologia e Artefatos Minerais (Cetam) em Pedro II, marcando o início de uma nova era para a produção de opalas no estado. Após anos de inatividade, o Cetam retornou com o objetivo de integrar inovação e tradição, aprimorando as técnicas de garimpo, lapidação e design.
A iniciativa faz parte de um projeto mais amplo de Arranjo Produtivo Local (APL), apoiado pela Fapepi, que busca qualificar os profissionais da cadeia produtiva e garantir a certificação de origem da opala piauiense. Uma medida pioneira no Brasil, que pode posicionar Pedro II como um polo estratégico no mercado internacional de gemas preciosas.
Com a fama de ser a “Terra da Opala”, Pedro II é reconhecida por suas pedras de altíssima qualidade. Com o Cetam funcionando plenamente, a expectativa é de um crescimento significativo na geração de emprego e renda na região, além de aumentar a competitividade das opalas piauienses no mercado global.
A iniciativa engloba a promoção de cursos e treinamentos voltados para garimpeiros e lapidadores, incorporando práticas modernas e sustentáveis à produção local. O plano também inclui a criação de um "DNA da Opala", que permitirá rastrear e autenticar as gemas da região, agregando valor no mercado internacional.
O presidente da Fapepi, professor João Xavier, enfatizou a importância do Cetam para o fortalecimento da economia local e a valorização da opala de Pedro II.
“O Cetam é um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável da nossa região. Com sua reativação, buscamos não apenas aprimorar as técnicas de garimpo e lapidação, mas também garantir que a opala de Pedro II seja reconhecida e valorizada mundialmente pela sua qualidade única”, afirmou.
Fapepi à frente de grandes iniciativas
A reativação do Cetam é parte de um esforço da Fapepi para desenvolver o setor mineral e joalheiro do estado. A fundação apoiou o I Congresso de Joalheria do Nordeste, realizado em Teresina no mês de maio. O evento reuniu especialistas em design, tecnologia e marketing, destacando as opalas de Pedro II como um diferencial competitivo para o mercado de joias.
“A opala é um capricho da natureza, é uma benção, uma dádiva raríssima. A nível mundial nós temos uma produção aqui no Piauí, tem uma produção na Austrália, no México, na Etiópia e alguns outros países com pequena produção. Mas além da raridade, o que desperta o interesse do mundo joalheiro, das pessoas e o desejo e a vontade de ter uma, é a sua beleza, seu jogo de cores”, destacou o geólogo, Érico Rodrigues Gomes.
Outra iniciativa importante que contou com o apoio financeiro da Fapepi neste ano foi o projeto de formação de joalheiros no município de Pedro II. A parceria inédita entre o Arranjo Produtivo Local da Opala (APL) e o portal de cursos Manual da Joalheria, de São Paulo, promoveu no mês de novembro a capacitação dos profissionais no setor de joias com aulas especializadas, oferecendo uma formação de alta qualidade que mescla o conhecimento técnico local com a expertise paulistana.
Para o coordenador do Centro Tecnológico e Artefatos Minerais, Antônio Mário, este é um marco para o setor de joias em Pedro II. Segundo ele, o apoio da Fapepi e a colaboração com o Manual da Joalheria trazem uma oportunidade única para os alunos, dando-lhes a chance de aprender diretamente com instrutores que atuam em um dos principais polos de joalheria do país. Isso representa não só um impulso técnico, mas uma motivação para que os empreendedores tragam inovação e mais visibilidade para a opala piauiense.
Com o retorno do Cetam, Pedro II se prepara para um futuro promissor. O município agora combina tradição, inovação e apoio institucional para transformar sua riqueza natural em um motor de desenvolvimento econômico sustentável, consolidando-se como um dos principais polos de gemas preciosas do Brasil.
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