O dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, um dos delatores da Operação Lava Jato, relatou a investigadores que mandou entregar em dinheiro vivo R$ 1,5 milhão para um assessor do senador Ciro Nogueira (PP-PI) em três parcelas até março do ano passado, quando foi deflagrada a operação, que apura desvios na Petrobras.
Depois disso, destacou o delator, ele ainda pagou mais R$ 475 mil ao senador por meio de contratos fictícios firmados com um escritório de advocacia. Pessoa disse que ainda repassaria mais R$ 256 mil ao parlamentar, mas acabou sendo preso na sétima fase da Lava Jato, em novembro do ano passado.
O advogado Marcelo Turbay, que defende o senador, disse que, por enquanto, não falará sobre o conteúdo da delação de Pessoa porque ainda não conseguiu ter acesso ao processo judicial ao qual responde o parlamentar.
As informações do delator serviram de base para os pedidos de busca e apreensão da última terça-feira (14), quando foi realizada a Operação Politeia, na qual a Polícia Federal cumpriu 53 mandados de busca e apreensão envolvendo seis políticos investigados pelo Supremo Tribunal Federal na Lava Jato.
Ricardo Pessoa contou que, no segundo semestre de 2013, foi procurado por Ciro Nogueira, que, segundo o delator, afirmou que precisava de R$ 2 milhões para despesas médicas de um parente.
O empresário propôs que a UTC pagasse as despesas médicas, mas, segundo disse no depoimento, o senador rejeitou e pediu o dinheiro.
Pessoa disse que aceitou porque tinha interesses em obras do Ministério das Cidades, que era comandado por Ciro Nogueira.
De acordo com o relato de Pessoa, o dinheiro foi repassado pelo empresário por meio do doleiro Alberto Yousseff, que mandou um entregador – Rafael Ângulo, outro delator da Lava Jato –, repassar R$ 1,5 milhão a um assessor do senador.
Fonte: G1
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