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  13:06

Belchior completa 70 anos nesta semana com destino ainda incerto

Nem os parentes, que ele também tinha, sabem dizer pra onde ele foi

 

Um dia um rapaz latino-americano, que até tinha dinheiro no bolso, deixou o RG, o CPF e o passaporte alinhados aos ternos e às gravatas sobre a cama do quarto da casa onde morava e saiu.

 

Nem os parentes, que ele também tinha, sabem dizer pra onde ele foi. Não foi a primeira vez que ele decidia uma mudança substancial na vida: aos 17 anos, Antônio Carlos Belchior deixou o a vida de seminarista em Fortaleza para estudar Medicina.

 

Um dos melhores da sala, ele deixou o curso no terceiro ano para virar apenas Belchior. "Apenas", não. Porque isso já era muita coisa.

 

O homem que seria o autor de ‘Como Nossos Pais’, ‘Velha Roupa Colorida’, ‘A Palo Seco’ e ‘Sujeito de Sorte’ chegou ao Rio de Janeiro em novembro de 1970, sem certezas. E fez história, como avalia o músico Charles Gavin.

 

No ano em que o trovador Belchior faz 70 anos, o disco que traz algumas das composições mais intensas: ‘Alucinação’ completa 40.

 

Para o jornalista Renato Vieira, curador de um projeto que relança esse e mais dois discos fundamentais de Belchior – ‘Melodrama e Elogio da Loucura’ -, o formato dos álbuns pode definir o estilo do compositor.

 

A importância de Belchior é reconhecida também pelos parceiros. Fagner, com quem ele escreveu Mucuripe, Moto 1 e Noves Fora, diz que nunca foi amigo de Belchior, mas que se orgulha de ter o conterrâneo do Ceará como parceiro:

 

Já o amigo, parceiro e sócio Jorge Mello, uma das poucas pessoas com quem Belchior fez contato depois de sumir, lembra que talvez fosse mais próximo do amigo que da própria família. Ele nega que Belchior tenha desaparecido devido a problemas financeiros e imagina a retomada da parceria se um dia voltar a encontrá-lo.

 

Ao público, resta torcer para que isso um dia aconteça.

 

Fonte: Luiza Silvestrini / CBN

Por Otávio Neto

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