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  04:36

Menina de 12 anos escreve carta e denuncia que pai estupra as 2 irmãs de 11 e 15 anos

As crianças, de 11 e 12 anos, além da adolescente e o irmão delas, de 14 anos, moravam sozinhas com o pai na zona rural de Araguaiana. A mãe está presa por tráfico de drogas no município de Piranhas, em Goiás.

 Fonte: G1

Uma criana de 12 anos denunciou que as suas duas irms, de 11 e 15 anos, eram estupradas pelo pai, em uma fazenda na regio de Araguaiana, a 570 km de Cuiab. A menina escreveu uma carta e a entregou para uma professora, que levou o caso ao Conselho Tutelar e Polcia Militar nesta quinta-feira (23).

O pai das vtimas, de 40 anos, foi preso e autuado, mas negou os crimes. Os abusos, entretanto, foram confirmados por exames, segundo a Polcia Civil.

Na carta, a menina diz que o pai "ruim" e que estupra as duas irms dela. Ela tambm afirma que o pai deixa as crianas tomarem bebidas alcolicas, mas no permite que tenham amigos.

Em outro trecho, a criana conta que a irm dela, de 15 anos, est com o olho inchado porque ficou acordada a noite toda e que foi estuprada. No final da carta, a menina diz que "jura por Deus" que o pai estuprou as irms. Ela tambm fez um desenho do pai preso em uma cela.

De acordo com o comandante da PM, subtenente Elton Vieira, o Conselho Tutelar j monitorava uma situao de supostos maus-tratos e tentou por diversas vezes ter contato com as crianas. No entanto, o pai das vtimas no permitia as visitas ou aproximao dos conselheiros. Havia denncias de que as crianas eram vtimas de maus-tratos e agresso.

As crianas, de 11 e 12 anos, alm da adolescente e o irmo delas, de 14 anos, moravam sozinhas com o pai na zona rural de Araguaiana. A me est presa por trfico de drogas no municpio de Piranhas, em Gois.

Os pais so separados desde antes da priso da me das vtimas. Duas das crianas moravam com a me, at que tiveram que se mudar para a casa do pai depois que ela foi para a cadeia.

A diretora [da escola] recebeu da professora a foto da cartinha da criana, que revelava esses abusos contra as irms. Inclusive a carta pontuava que a adolescente teria sido estuprada durante toda a noite, disse o comandante da PM.

De acordo com a polcia, o pai das crianas trabalhava como seringueiro em uma fazenda da regio. Eu conversei com ele [o suspeito], que no falou nada. Ele abaixava o olhar e no queria olhar para ns [policiais]. Ele estava abalado com a situao [da descoberta do crime], afirmou o comandante.

Investigaes
O suspeito, as duas crianas e os dois adolescentes foram levados para a delegacia da Polcia Civil em Barra do Garas, a 516 km de Cuiab. Conforme o delegado que comeou a investigao, Wilyney Santana Borges, apenas a criana de 12 anos (que escreveu a carta) e o irmo dela no teriam sido vtimas dos abusos.

Conversamos com a adolescente de 15 anos e com a criana de 11 e elas confirmaram os abusos. A menina de 15 anos tomava anticoncepcional fornecido pelo pai. Ele j a molestava h anos. Encaminhamos as meninas para exames que confirmaram os abusos, afirmou o delegado.

A criana de 11 anos teria comeado a sofrer os abusos h quatro meses, poca em que passou a morar com o suspeito, depois da priso da me. A criana de 12 anos escreveu a carta e entregou para a professora. O menino de 14 anos fechado, meio que protege o pai, disse o delegado.

Ele [o pai das crianas] negou os abusos, mas reconheceu que comprava o anticoncepcional para a adolescente porque, segundo ele, ela tinha o ciclo menstrual desregulado, relatou Borges.

O delegado perguntou ao suspeito qual punio ele acha que deveriam receber as pessoas que cometem abusos contra crianas, principalmente contra os prprios filhos. Ele disse que no poderia julgar ningum e que tudo teria uma causa de ser e uma explicao, afirmou o delegado.

O seringueiro foi autuado por estupro e estupro de vulnervel. Ele foi encaminhado para a Cadeia Pblica de Barra do Garas. As vtimas foram levadas para um abrigo e esto sob a guarda do Conselho Tutelar. Os conselheiros e o Ministrio Pblico devem fazer uma triagem para identificar se h algum familiar que poderia cuidar das crianas.

Da Redação. campomaioremfoco@hotmail.com

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