Autor dos livros usados de base pelo FBI (polícia federal norte-americana) para lançar a operação que desmantelou um esquema de corrupção na Fifa, o jornalista escocês Andrew Jennings esteve nesta quinta-feira em Brasília para ser ouvido pela CPI do Futebol. Porém, segundo informações do Fato Online, apenas o presidente da CPI, Romário, o vice-presidente, Paulo Bauer (PSDB-SC), e mais dois parlamentares acompanharam a sessão.
Jennings, que trabalha para a rede britânica BBC, denunciou que a rede criminosa que se instaurou na entidade máxima do futebol teve início no Brasil. "Começou na década de 1970 quando [João] Havelange se elegeu para a presidência da Fifa. Joseph Blatter foi seu principal assessor e deu continuidade ao modus operandi", disse o jornalista.
Presidida pelo senador Romário (PSB-RJ), a comissão de inquérito iniciou as atividades após o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, ser preso pelas autoridades suíças acusado de integrar a rede de corrupção chefiada por presidentes de federações internacionais influentes na Fifa.
Há a suspeita de que os ex-dirigentes brasileiros João Havelange e Ricardo Teixeira e o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também estejam envolvidos nas fraudes. "A Fifa e a CBF são entidades podres e que precisam urgentemente de um novo estatuto para que elas não tomem mais o dinheiro das pessoas", afirmou Jennings.
"Estamos falando sobre uma conspiração criminosa. Não são atos individuais. É uma formação de quadrilha", disse o jornalista. Diante das suspeitas que recaem sobre dirigentes brasileiros, Jennings acredita que a Polícia Federal e o Ministério Público devem colaborar com as autoridades norte-americanas e suíças para abranger o alcance das investigações.
"Precisamos de cooperação internacional para combater a corrupção internacional. Vocês têm tudo para dar um banho de investigação", afirmou. "Esta pode ser a caixa de Pandora que pode mudar o futebol aqui e na América do Sul".
Fonte: ESPA
Por Helder Felipe
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