Carla Daniela Moares Rodrigues, 32 anos, que havia desaparecido durante a enxurrada na noite desse domingo (9), no residencial Torquato Neto, Zona Sul de Teresina, foi achada morta na manhã desta segunda-feira (10).
Richardson Lopes, morador do conjunto, foi quem primeiro viu o corpo de Carla. Ele estava acompanhando as buscas dos Bombeiros quando soube que seria necessário entrar em um matagal e decidiu ajudar nas buscas. "Primeiro vi uma roupa preta, da cor que ela estava vestindo. Quando puxei, era ela", contou ao G1.
De acordo com os moradores e o Corpo de Bombeiros, Carla estava na casa de um familiar quando saiu para comprar algo em um comércio próximo. A rua estava tomada pela água da chuva, que formava uma forte correnteza. Ela se desequilibrou, caiu e foi levada pela água.
O compadre da vítima, Eros Mendes, informou ao G1 que Carla não é de Teresina e saiu porque o filho mais novo estava chorando e ela queria comprar algo para ele. Ela é casada e deixa cinco filhos.
"O sentimento é de revolta, porque os moradores há muito tempo pedem uma galeria aqui e nunca foi feita. Esperamos que algo mude, para que ninguém mais passe o que estamos passando", disse ele.
Riscos
O sargento Givaldo, que comandou as buscas, alertou sobre o risco de sair de casa quando ocorrem chuvas intensas. "Evitem sair de casa, mesmo que a correnteza pareça fraca, não entre, para evitar tragédias como essa", informou.
O corpo foi achado após quase 12 horas de desaparecimento, em uma região de mata fechada, para onde a água das ruas escoou após as chuvas. De acordo com o sargento Givaldo, o corpo da mulher foi achado a 500 metros de distância do local onde ela havia caído.
Os moradores contaram ao G1 que nos períodos de chuva é comum a água acumular nas ruas e formar uma correnteza em direção ao matagal, que fica ao fim do conjunto e é onde existe uma lagoa. A água da lagoa cai diretamente no rio Poti, mas os bombeiros mantiveram as buscas no local porque há cercas em todo o entorno do residencial. A mulher, contudo, ficou presa na mata.
Por Fábio Wellington
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