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  04:28

Adolescente se apresenta, nega participação em massacre de escola de Suzano e é liberado

 Fonte: G1

O adolescente de 17 anos, suspeito de ter participado do planejamento do massacre da escola de Suzano (SP), chegou ao Fórum da cidade por volta das 10h50 dessa sexta-feira (15) acompanhado da mãe e da polícia por medida de segurança. De acordo com a polícia, ele também é ex-aluno da Escola Estadual Raul Brasil e foi colega de classe de um dos assassinos. O adolescente negou participação no crime e foi liberado ao final do depoimento.

No Fórum, o adolescente foi ouvido pelo promotor da Vara da Infância e Juventude.

A polícia fez buscas na casa do adolescente e apreendeu desenhos e jogos de videogame. A perícia fará uma varredura em sites de compras pela internet para verificar se ele adquiriu pela internet algum objeto relacionado ao ataque. A polícia também vai periciar o material e preparar um relatório, que será entregue à Justiça.

É com base nisso e no depoimento do adolescente que o MP vai preparar uma nova manifestação e encaminhar à juíza, para decidir. Ao final do depoimento, ele foi liberado.

Em entrevista coletiva, o delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, responsável pelas investigações, disse que foi encontrada na casa do adolescente uma bota preta igual à usada pelos assassinos no crime. "Existem diversos indícios de que ele iria participar desse evento", disse o delegado. Segundo ele, a investigação apontou que o adolescente tinha ligação direta com o planejamento, e ajudou a iniciar a execução mas não participou da ação.

Segundo a polícia, o material relacionado à participação do adolescente já tinha sido recolhido pelos investigadores.

O dono do estacionamento onde os assassinos guardaram o carro alugado para esconder as armas teria informado para a polícia sobre a participação de uma terceira pessoa, segundo o delegado.

"Ainda não confirmamos a informação, estamos submetendo a fotografia do adolescente ao responsável pelo estacionamento para confirmar. Temos outros dados que fazem crer que esse indivíduo participou pelo menos da fase de planejamento."

O ATAQUE

Os assassinos Guilherme T. Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, mataram sete pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, na quarta-feira (13). Um deles baleou e matou o próprio tio, em uma loja de automóveis.

A investigação aponta que, depois do ataque na escola, um dos assassinos matou o comparsa e, em seguida, se suicidou. A polícia diz que os dois tinham um "pacto", segundo o qual cometeriam o crime e depois se suicidariam.

MOTIVAÇÃO
De acordo com Fontes, a investigação aponta que os autores do massacre esperavam reconhecimento : "Esse foi o principal objetivo, não tinha outro", diz delegado Ruy Ferraz Fontes.

"Não se sentiam reconhecidos, queriam demonstrar que podiam agir como [o massacre em] Columbine, nos Estados Unidos, com crueldade e com um caráter trágico, para que fossem mais reconhecidos do que eles eram", afirmou.

Tal informação foi relatada à polícia por testemunhas próximas de um dos assassinos . "Pessoas que estavam próximas dele e obtiveram essa informação diretamente dele".

Para o delegado, a questão do bullying é pouco representativa, pois foi citada em apenas uma parte da investigação. A polícia trabalha com a questão do reconhecimento e vingança na motivação da morte do tio.

"Na realidade, ele estava se sentido não reconhecido pelo tio, apesar de o tio ter contratado ele para trabalhar na empresa, mas ter que demitir posteriormente, porque ele estava praticando pequenos furtos", explicou o delegado Fontes.

Segundo a polícia, a investigação indica que eles não pretendiam fazer ataques em outras escolas. "Todo material colhido não demonstra que eles fariam ou tentariam fazer outros ataques em outras escolas", afirmou.

AS VÍTIMAS - Os estudantes Douglas Murilo Celestino, de 16 anos (1), Caio Oliveira, de 15 anos (2), Samuel Melquíades, de 16 anos (3), Kaio Lucas da Costa Limeira, de 15 anos (4), e Cleiton Antonio Ribeiro, de 17 anos (5); as funcionárias Marilena Ferreira Vieira Umezu, de 59 anos (6), e Eliana Regina de Oliveira Xavier, de 38 anos (7); e o empresário Jorge Antônio de Moraes, de 51 anos (8): todos assassinados a tiros de revólver calibre 38.

Da Redação

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