O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) realizou, na tarde desta segunda-feira (3), a interdição ética total da Maternidade Sigefredo Pacheco, em Campo Maior, Norte do estado. De acordo com a entidade, faltam equipamentos e medicamentos essenciais, e as escalas médicas estão incompletas.
A interdição ética é decorrente da vistoria realizada pelo CRM no dia 2 de abril de 2019. A maternidade atende 15 cidades da região e faz por mês 90 partos, além de cirurgias ginecológicas.
O diretor da maternidade, Flávio Torres, informou que a unidade encontra-se lacrada e a plenária prevista para esta noite com o Conselho Regional de Medicina deve definir o funcionamento do local durante a interdição.
"Nós já tínhamos atendidos algumas exigências feitas pelo CRM, como a aquisição de ambulâncias, respiradores e outros equipamentos. Esperamos uma reunião com a Secretaria de Saúde para esta terça-feira e que a maternidade continue funcionando", declarou Flávio Torres.
A Maternidade Sigefredo Pacheco funciona através de uma tripartite, a partir de recursos do governo federal, prefeitura e governo estadual. Com a interdição, pacientes de outras cidades estão sendo deslocados para outros municípios.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) informou ter definido um plano contingencial para solucionar o problema. Entre as medidas adotadas estão a descentralização dos partos que eram concentrados na maternidade.
A Prefeitura de Campo Maior diz que é responsável por repassar dinheiro regularmente e confirmou o plano de contingência que foi repassado pela Sesapi.
A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa visitou a maternidade durante a tarde e se deparou com os técnicos fazendo a interdição ética do local. A entidade prometeu fazer um relatório para encaminhar aos órgãos responsáveis pela fiscalização para que os problemas sejam solucionados.
"Agora os atendimentos serão transferidos para o Hospital Regional de Campo Maior, que também apresenta problemas, estrutura deficitária, falta de equipamentos, reclamações por parte dos pacientes sobre demora no atendimento", destacou o deputado Gustavo Neiva, da comissão.
Para agravar ainda mais o problema, a maior maternidade pública do Piauí, Dona Evangelina Rosa, encontra-se interditada parcialmente desde novembro do ano passado. Desde então, os médicos deixaram de atender casos de baixa e média complexidade e passaram a atender apenas os casos de alta complexidade.
Nota Sesapi
A instabilidade criada pela interdição da Maternidade Sigefredo Pacheco, em Campo Maior, foi superada após entendimento entre a Prefeitura e Governo do Estado. Em reunião entre prefeitos e o secretário de Saúde do Piauí, Florentino Neto, ficou definido um plano contingencial para solucionar o problema.
A medida descentralizou entre os municípios da região os partos que eram concentrados na Maternidade Sigefredo Pacheco. Partos de baixa complexidade serão realizados em Campo Maior, Altos, Castelo do Piauí, São Miguel do Tapuio, Barras e Piripiri. Já os partos de média complexidade vão ocorrer em Campo Maior, Barras e Piripiri, enquanto os de alto risco serão direcionados para Teresina.
Nota Prefeitura de Campo Maior
A Prefeitura de Campo Maior que o município participa apenas com uma parte da contribuição, que é feita regularmente todos dos meses. Além disso, foi feito um plano de contingência na semana passada, junto com a Sesapi, e foi definido que os partos serão feitos nas cidades da região: Campo Maior, Altos, São Miguel do Tapuio, Castelo do Piauí, Barras.
Em Campo Maior, os partos serão feitos no Hospital Regional Campo Maior.
José Sérgio
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