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  17:10

TODA BRIGA É INÚTIL

Na briga a emoção negativa fala mais alto e a emoção positiva se cala.

 

Às vezes me pergunto por que acontecem tantas brigas nos grupos, seja de trabalho, seja familiar ou outro qualquer. Acho que o ato de discordar do outro é saudável, mas o ato de discutir, brigar e gritar com o outro é nocivo ao convívio em qualquer tipo de relacionamento. 

 

Getulio Taigen sabiamente escreveu:

 

       “Se o adversário é inferior a ti, por que brigar;

       Se o adversário é superior a ti, por que brigar;

       Se o adversário é igual a ti, compreenderá o que tu compreende;

       Então... Não precisará haver luta.”

 

Concordo com ele, costumo dizer que tudo pode ser dito, depende de como se diz. Concordo que as brigas são inúteis, o próprio debater é uma idiotice, ninguém pode atingir a verdade pela briga. Todas as brigas são uma grande perda de tempo, porque provocam um clima no qual qualquer entendimento entre duas ou mais pessoas se torna insuportável, onde qualquer coisa dita é sempre mal interpretada.

 

Brigar é um ato de violência, através dele você pode até matar, mesmo que depois, quando o sangue esfriar, você venha a se arrepender. Algumas coisas não têm conserto. Geralmente numa briga, o sangue sobe à cabeça e todo nosso comportamento muda. O próprio corpo fica diferente. Os olhos ficam “arregalados”, a boca fica seca, o coração bate acelerado, as mãos ficam trêmulas, e por aí vai. O sangue literalmente esquenta e corre mais rápido nas veias, fica envenenado e, quando isso acontece com freqüência, a pessoa vai adoecendo sem perceber.

 

E o pior é que, numa discussão, muitas vezes você não está em busca da verdade, está em busca da vitória. “Quando a vitória é a meta, a verdade é sacrificada. Quando a verdade é a meta, você pode sacrificar a vitória.” (Getulio Taigen) É sinal de humildade saber ouvir até o outro terminar de expor sua verdade toda, para então colocar o seu ponto de vista. Se isso acontecer, muita coisa pode ser evitada. Mas muitas vezes enquanto o outro fala você nem escuta, já fica é concentrada na sua defesa (ou na acusação), naquilo que você vai dizer para combater o que ele disse. E assim as discussões seguem.

 

Observe que, geralmente durante a briga um dos dois, ou os dois gritam. Será que não poderiam falar um tom de voz mais baixo? Ou pensam que não seriam ouvidos se falassem num tom normal? As pessoas gritam quando brigam porque estão com os corações distantes, não o corpo. Você já observou um casal de namorados? Eles falam baixinho, sussurram e são ouvidos, porque o seus corações estão próximos, não precisam falar alto. Eles estão vibrando na mesma sintonia. Na briga a emoção negativa fala mais alto e a emoção positiva se cala.

 

Muita gente age como se não fosse humano. Porque a característica que difere o homem do animal e o faz ser humano é exatamente esta, ser racional, é pensar. E numa briga não se pensa...

 

Geralmente quem briga, grita como se precisasse provar para os outros que pode mais. Que manda mais. Essas pessoas só se realizam quando tem o seu ponto de vista acatado, mesmo que errado. Muitas vezes não é uma busca de quem tem razão, mas de quem tem poder. As pessoas que vivem procurando briga sempre encontram, porque o problema não é o ambiente, o trabalho a família, os outros. O problema é ele mesmo. Está dentro dele. E vai com ele aonde ele for.

 

Normalmente durante uma discussão são ditas coisas que não se quer dizer e vai se criando um abismo entre as partes e, quando passa a tempestade ficam seqüelas difíceis de serem superadas. Melhor mesmo é não brigar, é substituir a briga pela conversa. Pelo diálogo.

 

Todas as brigas são fúteis, perigosas, não levam a nada e devem ser evitadas.

                                                                                                    

O melhor remédio contra uma briga é desenvolver  a empatia – que é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de compreender o outro. E pode ser aprendida a qualquer momento de nossas vidas. Dessa forma fica bem mais fácil viver e conviver com outras vidas.

 

 

 

Por Ana Maria Cunha