Ministério de Temer deve ser o primeiro sem mulheres desde Geisel
Se confirmar os nomes cotados para ministros em seu governo, Michel Temer (PMDB) será o primeiro presidente desde Ernesto Geisel (1974-1979) a não ter mulheres na Esplanada.
Nas articulações para formar sua equipe, ele convidou uma única mulher: a ex-ministra do STF Ellen Gracie para assumir a CGU (Controladoria-Geral da União) –ela recusou. Outros nomes, das deputadas Mara Gabrilli (PSDB) e Renata Abreu (PTN), eram parte das negociações partidárias, mas não prosperaram.
Com a composição ministerial com que deve assumir a Presidência interinamente, Temer quebra a tradição iniciada pelo general João Figueiredo (1979-85), que, na ditadura militar, indicou a primeira ministra do Brasil.
Esther de Figueiredo Ferraz (1915-2008) comandou a pasta de Educação e Cultura entre 1982 e 1985.
Depois de Figueiredo, todos os presidentes nomearam mulheres. José Sarney (1985-1990) indicou uma. Fernando Collor (1990-1992), Itamar Franco (1992-1995) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), duas cada um.
Nos governos petistas, a participação feminina foi mais abundante. Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) teve 11 ministras (duas delas interinas) e Dilma Rousseff, 15 (sendo três interinas).
Nos dois casos, mulheres desempenharam funções centrais. Além de Dilma, que foi ministra da Casa Civil de Lula, Erenice Guerra, Gleisi Hoffmann e Miriam Belchior compuseram o núcleo duro.
Pessoas próximas a Temer dizem que não há da parte dele restrição à participação de mulheres e que ele não desistiu de abrigar uma ministra em pasta de expressão.
"É e será uma preocupação dele. Temer está muito atento a esta questão", disse Gaudêncio Torquato, amigo e consultor político do peemedebista.
Thais Arbex (Folha/São Paulo)
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