Qual a verdadeiro papel da primeira-dama no Brasil
O jornal suíço Tagesanzeiger publicou, na última quinta-feira (1), um texto assinado por Beat Metzler que compara a primeira-dama brasileira, Marcela Temer, à rainha francesa Maria Antonieta. A matéria destaca que a esposa de Michel Temer conta com 50 empregados na residência oficial às custas do Estado, ostenta uma rotina de compras e viagens de luxo e é apontada como o reflexo de um governo que não dá protagonismo às mulheres.
A reportagem faz uma breve referência à vida de Marcela como modelo e ao casamento com um homem 43 anos mais velho. A publicação ressaltou ainda as contradições das despesas atribuídas a ela diante do abismo social existente no país. “Os críticos encontraram a quem comparar Marcela Temer: Maria Antonieta. A rainha francesa ostentava, enquanto o povo governado por seu marido passava fome”, afirmou.
De acordo com o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, o papel da primeira-dama no Brasil é "meramente protocolar".
"Não tem nenhuma função oficial definida por lei. A primeira-dama se apresenta, por exemplo, para receber a primeira-dama de outro país, mostrar o Palácio [do Planalto]. É um protocolo de diplomacia", apontou Monteiro, que é diretor do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro).
A primeira-dama, portanto, não é considerada integrante da administração federal e nem recebe salário. Mais Michel Temer citou em entrevista que sua esposa irá sim assumir cargo público, a família está mudando de São Paulo para Brasília.
Tradicionalmente, até o governo de Fernando Collor (1990-1992), as mulheres dos presidentes cuidavam da assistência social. Rosane Collor foi a última presidente da antiga LBA (Legião Brasileira de Assistência), órgão público fundado em 1942 pela então primeira-dama Darci Vargas (mulher de Getúlio Vargas) para ajudar as famílias dos soldados enviados à 2ª Guerra Mundial.
A LBA foi extinta no primeiro dia de Fernando Henrique Cardoso como presidente, em 1995. Ruth Cardoso, sua mulher, foi a criadora e presidente do programa Comunidade Solidária, que deu origem aos programas sociais no governo do marido.
Dona Marisa Letícia da Silva, mulher de Lula, participou das campanhas eleitorais do marido, mas não assumiu nenhuma função durante os dois mandatos dele na Presidência (de 2003 a 2010). (*Com informações de Gustavo Maia, do UOL no Rio).
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