Agora a mulher poderá decidir se prefere parto normal ou cesárea
Entrou em vigor no mês de julho, a nova resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre os partos no Brasil. A medida tem como principal objetivo mudar a realidade brasileira em que mais de 50% das mulheres optam pela cesárea, muitas delas sem apresentar riscos que exijam o processo cirúrgico.
A cesárea agendada é um dos maiores problemas na área, principalmente no sistema particular de saúde, onde a porcentagem de cesáreas chega a 84% do total de partos. A ANS pretendia impedir esse tipo de procedimento, ou seja, não reembolsaria o convênio pela realização do parto se a necessidade da cesárea não fosse detalhada no documento chamado Partograma.
A ANS declarou que a mulher vai poder optar pela cesárea mesmo que não haja indicação médica sobre o comprometimento da saúde da mãe ou de bebê, desde que ela assine um termo de consentimento sobre os riscos da cirurgia.
Para a mulher, o mais importante é que sua escolha seja feita baseada em muita conversa, confiança e informação. E isso a nova resolução pretende garantir. A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo e o Conselho federal de Medicina se mostraram desde o início críticos em relação à nova resolução, por alegarem tirar a autonomia da mulher sobre o próprio corpo. No entanto, estudos mostram que a mãe que opta por cesárea sem indicação médica tem 3 vezes mais chances de morrer e o bebê, 120 mais chances de ter algum problema respiratório.
Cartão Gestante
Além do Partograma, documento que será feito desde o momento do início do parto, a mulher também terá sempre em mãos o Cartão Gestante, onde vão estar todos os dados da gestante, como complicações, resultados dos exames e todo o histórico médico da grávida. Esse cartão estará sempre em posse da mulher, para que qualquer imprevisto possa ser solucionado
Edna Gomes
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