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  11:04

SÓ NÃO ENVELHECE QUEM MORRE CEDO

Eu desejo que você fique bem velhinho, de bengala!

 

Hoje eu encontrei por acaso uma ex-aluna, uma moça da qual eu gosto muito... mas fazia já alguns anos que não a via, e, de repente a encontrei num supermercado. Ela me reconheceu imediatamente e veio falar comigo. Demo-nos um forte abraço e depois ela disse olhando para mim:

 

_ Professora...  Como o tempo é cruel e infelizmente ele chega para todo mundo!

 

Esta frase dita por ela com aquele tom de voz fez-me entender que ela estava achando que eu envelheci... E isso me deixou muito feliz!  Claro que envelheci! Se eu não morri é natural que tenha envelhecido! Afinal desde que ela foi minha aluna já se passaram mais de vinte anos. É impossível que, tanto eu como ela, ainda tivéssemos o mesmo rosto, liso e sem rugas... O mesmo corpo escultural (...), o mesmo ar juvenil de outrora.

 

O tempo é justo e faz o mesmo efeito para todo mundo.

 

Não condeno aqueles que tentam se esconder da velhice e disfarçam o quanto podem com cremes rejuvenecedores, maquiagens milagrosas, botox, cirurgias plásticas e talvez outros subterfúgios que eu desconheça, mas afirmo sem medo de errar que, seja qual for o recurso utilizado, vai chegar uma hora que o tempo vai vencer esta luta desigual... Vai vencer sim, impreterivelmente. Inexoravelmente. Implacavelmente. Infalivelmente...

 

Eu respondi sorrindo para minha ex-aluna querida:

 

_ Eu desejo do fundo do meu coração que o tempo chegue pra você um dia e lhe deixe bem velhinha, de bengala. Não quero que a morte lhe encontre tão cedo...

 

E eu espero que chegue pra mim também.

 

Quero as rugas, quero os cabelos brancos, quero as artroses, os pneuzinhos, as varizes, as estrias, o peito caído, o reumatismo e tudo o mais que eu tiver direito e que o tempo e a idade tiverem reservado para mim. Diz um dito popular que a gente não quer envelhecer, mas também não quer morrer novo! E é verdade... Mas contra fatos não há argumentos.

 

Que tenhamos a felicidade e a coragem de envelhecer, então!