Os vereadores da cidade de Campo Maior aprovaram na tarde desta terça, dia 3 de dezembro, o projeto de lei Nº 24/2019, que nomeia a rua onde fica localizado o Centro Diocesano de Pastoral e o Seminário Menor Diocesano de “Rua Dom Abel Alonso Nuñez”, em homenagem ao 1º bispo da Diocese de Campo Maior. O projeto foi apresentado pelos vereadores Fernando Miranda (Presidente da Câmara Municipal) e Hamilton Segundo.
Na tribuna, Fernando Miranda destacou o trabalho de Dom Abel à frente da diocese, além de citar a grande reforma liderada pela Igreja para a revitalização do Seminário Menor, que também levará o nome do prelado, e pediu que o projeto fosse colocado em votação em regime de urgência. A lei acabou sendo aprovada por unanimidade.
“O reconhecimento do trabalho de Dom Abel é importante, por que ele foi um homem que fez a diferença em nosso município. Um homem que durante a sua vida se doou ao povo de Campo Maior, e nós temos que homenageá-lo. Ele deixou sua marca como exemplo de fé, solidariedade e humanismo. Jamais iremos esquecer esse amor que ele teve por Campo Maior”, disse o presidente da Casa Legislativa, em entrevista.
Para Dom Francisco de Assis, atual bispo de Campo Maior, a iniciativa da Câmara Municipal de homenagear Dom Abel reconhece o trabalho tanto religioso, como estruturante e social desempenhado pelo primeiro pastor desta diocese: “Com a revitalização do seminário, que foi uma construção de Dom Abel, e que volta a ser em 2020 Seminário Diocesano de Campo Maior, nos alegra muito que aquela rua homenageie e perpetue o nome de Dom Abel. Agradecemos ao senhor presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, que colocou em votação, e também a todos os vereadores e vereadoras que aprovaram e que encaminham ao senhor prefeito para a sanção da lei.”, disse.
Sobre a importância histórica de Dom Abel para o município de Campo Maior e para os outros 25 municípios do território diocesano, Dom Francisco afirma ser impossível dissociar a história da Igreja Particular campomaiorense da figura do primeiro bispo: “Cada vez mais acredito que seja importante que as novas gerações conheçam os grandes homens que fazem a história de uma cidade ou localidade. Quando se trata da fé cristã, da Igreja Católica, principalmente na instalação da Diocese de Campo Maior em 1976, não se pode passar despercebida a figura do grande líder religioso, do pastor diocesano, do irmão de todos, principalmente dos mais pobres, que foi Dom Abel Alonso Nuñez”, disse. A lei agora segue para sanção do Poder Executivo Municipal.
Conheça a história de Dom Abel:
Dom Abel nasceu na cidade de Riós, município raiano da Espanha na província de Ourense, em 14 de Junho de 1921. Foi ordenado sacerdote em 1945 e eleito o primeiro Bispo de Campo Maior em 24 de Março de 1976, tomando posse em 12 de junho de 1976. Era membro da ente Ordem de Nossa Senhora das Mercês, fundada em 1223 por São Pedro Nolasco por ordem da Santíssima Virgem, que a ele revelou-se em sonhos, mostrando a grande satisfação pelo bem que fizera aos cativos. Ele ajudou a construir muitas igrejas, na cidade e em quase todos os municípios da Diocese e fundou um centro de fisioterapia.
Também colaborou na criação do Lar da Criança que atende atualmente mais de 200 crianças carentes oferecendo educação formal (infantil ao quinto ano do ensino fundamental), aulas de música, computação, coral, educação para o trânsito, reforço, lancham e repousam, sendo assistida em tempo integral. A entidade, com muito esforço e dedicação, conseguiu destaque na provinha Brasil obtendo a média 5, nível de alfabetização excelente, e nos últimos 3 anos. E é nesse regime integral que o aluno é inserido no Lar, chegando na escola às 7h e saindo às 17h. As crianças estudam. O objetivo da entidade é atender crianças carentes preparando-as para a vida. Durante todo o mandato de Dom Abel, em toda missa especial que celebrava, ele fazia questão que encerrasse com o Hino do Padroeiro Santo Antônio.
Em 02 de Fevereiro de 2000 veio a se aposentar, passando os afazerem da Sé para Dom Eduardo Zielski. Quando passou o mandato para Dom Eduardo, ele poderia ter deixado a cidade, mas optou por continuar morando na cidade que tanto amou e lhe acolheu, Campo Maior, permanecendo até a sua morte em 08 de Março de 2003.
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