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  04:33

Prefeito de Assunção do PI comprou 662 litros de combustíveis por dia em empresa da família

Em comparação, os carros da prefeitura de Assunção consumiram combustíveis que seriam suficientes para um carro popular dá uma volta na terra.

 

O Em Foco noticiou na semana passada que o prefeito de Assunção do Piauí, Antônio Luiz Neto, “Netinho” (PSD); o genro do prefeito, o atual presidente da câmara de vereadores, Ronnivon de Sousa Lima; e Daniel De Sousa Lima, irmão de Ronnivon, são réus em denúncia formulada pelo Ministério Público, com pedido de condenação dos três por improbidade administrativa, e a devolução de R$ 534.329,02 aos cofres públicos.

Netinho, Ronnivon e Daniel são acusados de dilapidação do patrimônio público, desrespeitar a lei de licitação pública, enriquecimento ilícito, entre outros crimes praticados em um esquema já chamada na cidade de máfia dos combustíveis, que consiste na compra de combustíveis e derivados do Posto Assunção [CNPJ nº 03.491.633/0001-38 e Razão Social: SL Combustíveis] atual Posto São Luiz, para a prefeitura municipal.

Segundo o Ministério Público, o prefeito Netinho, assim que assumiu a gestão de Assunção do Piauí, em 2017, pagou, sem licitação, a importância de R$ 317.815,92 (trezentos e dezessete mil e oitocentos e quinze reais e noventa e dois centavos) ao Posto Assunção, de propriedade do genro, logo nos primeiros meses de gestão. 

Somente no dia 06 de março de 2017, a Prefeitura Municipal, capitaneada por “Netinho”, emitiu quatro notas para adquirir combustível do Posto Assunção, cujo somatório chegou ao montante de R$ 39.440,51 (trinta e nove mil e quatrocentos e quarenta reais e cinquenta e um centavos). Isso, em apenas um único dia. 

Nos dias que se seguiram, Netinho autorizou a emissão de novos empenhos. Até o dia 24 de julho daquele ano, o setor financeiro da prefeitura, comandado pela filha de Netinho, Leila Maria Lima Mota, esposa de Ronnivon, sócio do posto, emitiu 27 notas, totalizando um gasto de R$ 317.815,92 (trezentos e dezessete mil e oitocentos e quinze reais e noventa e dois centavos). Isso tudo, como já dito, segundo o Ministério Público, sem procedimento licitatório, em que pese existirem 04 postos de combustíveis na cidade.

DINHEIRO PAGOU COMBUSTÍVEL PARA RODAR O MUNDO EM POUCO MAIS DE 4 MESES

Segundo pesquisa do Em Foco, em dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a gasolina, item mais caro que o óleo diesel, custava, em média, em março de 2017, R$ 3,76. Arredondando para 4 reais, o valor pago pela prefeitura daria para comprar 79.453 litros de gasolina em pouco mais de 4 meses. Foram 19.863 litros por mês, ou 662 litros por dia.

Uma volta inteira na terra é de aproximadamente 40.000 km. Um carro popular chegar a fazer entre 12 e 15km/l. Isso significa que a cada quatro dias, aproximadamente, os carros da prefeitura de Assunção consumiram combustíveis que seriam suficientes para um carro popular dá uma volta na terra.

Procurados pelo Em Foco, o então gestor de Assunção, Netinho e o presidente da Câmara, Ronnivon, até o momento da postagem desta matéria, não haviam se pronunciado sobre o caso.