O Em Foco noticiou na semana passada que o prefeito de Assunção do Piauí, Antônio Luiz Neto, “Netinho” (PSD); o genro do prefeito, o atual presidente da câmara de vereadores, Ronnivon de Sousa Lima; e Daniel De Sousa Lima, irmão de Ronnivon, são réus em denúncia formulada pelo Ministério Público, com pedido de condenação dos três por improbidade administrativa, e a devolução de R$ 534.329,02 aos cofres públicos.
Netinho, Ronnivon e Daniel são acusados de dilapidação do patrimônio público, desrespeitar a lei de licitação pública, enriquecimento ilícito, entre outros crimes praticados em um esquema já chamada na cidade de máfia dos combustíveis, que consiste na compra de combustíveis e derivados do Posto Assunção [CNPJ nº 03.491.633/0001-38 e Razão Social: SL Combustíveis] atual Posto São Luiz, para a prefeitura municipal.
Segundo o Ministério Público, o prefeito Netinho, assim que assumiu a gestão de Assunção do Piauí, em 2017, pagou, sem licitação, a importância de R$ 317.815,92 (trezentos e dezessete mil e oitocentos e quinze reais e noventa e dois centavos) ao Posto Assunção, de propriedade do genro, logo nos primeiros meses de gestão.
Somente no dia 06 de março de 2017, a Prefeitura Municipal, capitaneada por “Netinho”, emitiu quatro notas para adquirir combustível do Posto Assunção, cujo somatório chegou ao montante de R$ 39.440,51 (trinta e nove mil e quatrocentos e quarenta reais e cinquenta e um centavos). Isso, em apenas um único dia.
Nos dias que se seguiram, Netinho autorizou a emissão de novos empenhos. Até o dia 24 de julho daquele ano, o setor financeiro da prefeitura, comandado pela filha de Netinho, Leila Maria Lima Mota, esposa de Ronnivon, sócio do posto, emitiu 27 notas, totalizando um gasto de R$ 317.815,92 (trezentos e dezessete mil e oitocentos e quinze reais e noventa e dois centavos). Isso tudo, como já dito, segundo o Ministério Público, sem procedimento licitatório, em que pese existirem 04 postos de combustíveis na cidade.
DINHEIRO PAGOU COMBUSTÍVEL PARA RODAR O MUNDO EM POUCO MAIS DE 4 MESES
Segundo pesquisa do Em Foco, em dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a gasolina, item mais caro que o óleo diesel, custava, em média, em março de 2017, R$ 3,76. Arredondando para 4 reais, o valor pago pela prefeitura daria para comprar 79.453 litros de gasolina em pouco mais de 4 meses. Foram 19.863 litros por mês, ou 662 litros por dia.
Uma volta inteira na terra é de aproximadamente 40.000 km. Um carro popular chegar a fazer entre 12 e 15km/l. Isso significa que a cada quatro dias, aproximadamente, os carros da prefeitura de Assunção consumiram combustíveis que seriam suficientes para um carro popular dá uma volta na terra.
Procurados pelo Em Foco, o então gestor de Assunção, Netinho e o presidente da Câmara, Ronnivon, até o momento da postagem desta matéria, não haviam se pronunciado sobre o caso.
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