O prefeito de Juazeiro do Piauí, José Wilson Pereira Gomes (P C do B) caminha na contramão de todos os seus colegas gestores da região e está se negando a pagar o aumento de 33,24% concedido por lei federal aos professores.

Revoltados com a situação, os professores da rede municipal de Juazeiro do Piauí decidiram paralisar as atividades em sala de aula, enquanto o Wilson Gomes joga a responsabilidade para gestores anteriores, incluindo seu aliado político, o presidente da câmara, Edmilson Reis que administrou o município interinamente em 2021.

Wilson disse que no próximo ano podem jogar a conta pra você, mas esse ano não, se referindo a uma suposta desorganização administrativa do município e perda de recursos.  Cabe ressaltar que Wilson era vereador na gestão do ex-prefeito Zé Valdo (2017-2020) e sua mãe vereadora e aliada do prefeito interino em 2021.

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“Juazeiro está há dois anos com déficit de 30% no FUNDEB. Tem uma lacuna, o recurso está diminuindo. O que o prefeito tem que fazer hoje? Montar sua equipe e trabalhar para aumentar, recuperar essa receita perdida. Hoje, a gente trabalha encima da receita do ano anterior. Ou seja, o Wilson não vai pagar essa conta sozinho não. Estou assumindo o município. Estou recebendo recursos do que aconteceu no ano passado” disse o prefeito.

Sobre outros municípios que deram o aumento, o prefeito disse que nem um município é igual e que não pode entrar no oba-oba. 

“É muito fácil para quem está fora achar que o prefeito está sendo mal com os professores. Não posso ir no oba-oba por que outros municípios deram [aumento]” acrescentou.

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O gestor disse ainda que não é contra a classe de professores, mas não tem como dá o aumento da lei. Segundo ele, 20% é um aumento excelente, maravilhoso e que, com o aumento, “tem professor aí que vai ganhar seis mil e alguma coisa” e disse que professores [que estão reivindicando seus direitos] estão tentando politizar a situação. 

PREFEITO INFLACIONOU A FOLHA DE PAGAMENTO 

Segundo o Sindicato dos Servidores, o recurso do “FUNDEB 70” é suficiente para com o  aumento, mas que o prefeito estaria cometendo, inclusive, desvio de finalidade com os recursos ao colocar outros gastos na folha que deveria ser exclusiva do magistério, pagando serviços prestado, motoristas e outros profissionais.