Se não é ilegal, mas é no mínimo imoral. O prefeito de Buriti dos Montes-PI, Olavo Junior, contratou, sem licitação, uma empresa para prestar serviços de consultoria técnica com atuação exclusiva na educação infantil, por meio de acompanhamento de atividades da Secretaria Municipal de Educação, com planejamento, levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas.
A atividade principal da empresa é “treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial”.
A iniciativa seria louvável, uma vez que a educação infantil é, segundo teóricos, a principal etapa de desenvolvimento da aprendizagem do aluno. E o contrato diz ainda que o objetivo é aprimorar a qualidade e a expansão do ensino, que seria uma boa iniciativa.
O problema é que a empresa teria sido contratada para cumprir acordo político com um ex-adversário político que virou aliado de Olavo, segundo a denúncia encaminhado ao Em Foco. A empresa está registada junta à Receita Federal em nome de Hamilton Camelo de Araújo, cunhado do vereador Wagno Soares e este seria o motivo principal do contrato sem licitação.
A empresa foi aberta no dia 11 de janeiro de 2022 e no dia 25.01.222, 14 dias depois, já ganhou esse generoso contrato no valor de R$ 4 mil mensais, totalizando R$ 48 mil por 12 meses.
A empresa tem registro na Av. Jose Soares, Nº 218, sala 01.
DADOS DA ESPOSA DO VEREADOR NA EMPRESA DO CUNHADO
Hamilton Camelo é casado com uma irmã do vereador Wagno Soares e no registro da empresa junto a Receita Federal o e-mail e o telefone que aparecem é da esposa do vereador de Wagner, Jakeline Soares.
Ao Em Foco, Jakeline disse que foi um erro do contador que também prestava serviço para uma escola onde ela era a diretora e por ela ter vínculo familiar com Hamilton, o contador não encontrou dados do dono da empresa no momento do registro da empresa e acabou colocando os dados dela.
Ela disse ainda que já havia observado e pedido ao contador para mudar, argumentando que o marido, o vereador Wagno, não tem nenhuma ligação com a empresa do cunhado.
Sobre possível acordo político para a contratação da empresa, ela disse que é inconformismo de quem perdeu a eleição.
Durante a conversa com a reportagem, no entanto, a esposa do parlamentar se referiu a uma casa de apoio a pacientes em Teresina, alugada pela prefeitura, e que "nem compensaria, por ser uma valor baixo. A casa pertence ao casal. No contrato, no entanto, e nas notas de serviços (acima), aparecem, novamente, o nome de Hamilton Camelo.
A reportagem também procurou o prefeito Olavo Junior. Ao ser questionado, alegou problema na ligação e que retornaria, mas até a publicação não havia dado retorno.
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