Conhecido pela fama de 'santo casamenteiro' por pessoas que acreditam que ele é capaz de conceder o matrimônio por meio de simpatias, Santo Antônio, também chamado por alguns de Antônio de Lisboa ou Antônio de Pádua, é padroeiro da cidade de Campo Maior, a 80 km de Teresina. Ao longo dos anos, o município construiu uma história de tradição e fé em torno do religioso.
Conheça histórias sobre a relação de Santo Antônio, o santo casamenteiro, e Campo Maior
Foi na Terra dos Carnaubais que uma das lendas mais famosas em torno do santo surgiu. De acordo com Dom Francisco, bispo de Campo Maior, há muitos anos um grupo de vaqueiros relatou ter visto a imagem do santo em meio a carnaubais que existiam na região e foi nesse local que uma igreja foi construída.
“Estamos falando de 300 anos atrás quando surge a primeira capela e a primeira missa. A catedral que temos hoje é de 1949 e isso é interessante, pois por mais que as coisas se modernizem e nossa visão se torne técnico-científica, essa devoção é conservada”, explicou.
A tradição em torno de uma das figuras religiosas mais conhecidas da igreja católica é passada de geração para geração. A aposentada Ana Silva vem de uma família muito católica e acredita que passar a tradição mantém a história e a fé vivas.
“Todos os anos, no dia 13 de junho, a gente se reunia para rezar o terço de Santo Antônio e conversar um pouco sobre a vida dele e, graças a Deus, me tornei uma pessoa devota a ele”, contou a aposentada.
Ana disse que passou a tradição de devoção ao santo para a filha. Dentro das tradições que envolvem a devoção ao santo na cidade, a mais famosa está ligada ao Mastro de Santo Antônio. Segundo o costume, o objeto é carregado por homens e mulheres em busca de casamento.
Logo na entrada da cidade uma imagem do santo recebe os visitantes e não é só do lado de fora, dentro das casas também é possível encontrar homenagem ao religioso, seja na forma de mais uma imagem ou no nome de quem lá mora.
Município de Campo Maior, no Piauí — Foto: Reprodução/TV Clube
O devoto Antônio Lima, que recebeu o nome do santo porque sua mãe queria agradecer pelas graças alcançadas. E o filho seguiu seus passos na devoção ao religiosos.
“A minha filha mais nova tinha um ano ou dois anos de idade e tinha muitos problemas de saúde. Me apeguei com Santo Antônio, pedi ‘se você curar a minha filha irei acompanhar a procissão de encerramento dos festejos todos os anos de vida que você me der’”, relatou.
Antônio fala sobre devoção a Santo Antônio em Campo Maior, no Piauí — Foto: Reprodução/TV Clube
Antônio contou que sempre se emociona ao falar da fé e religiosidade devotadas ao santo. Um sentimento comum na cidade que reúne milhares de pessoas para celebrar o religioso no festejo que começa no dia 31 de maio, com a Procissão dos Vaqueiros, e vai até o dia 13 de junho com uma grande festa.
Por conta da pandemia, a nutricionista Lívia França teve que adiar o sonho de participar do festejo com o filho pequeno, que também se chama Antônio em homenagem aos avôs e ao padroeiro de Campo Maior.
“A nossa expectativa era grande, mas no próximo ano, com fé em Deus e em Santo Antônio, vamos estar lá presentes, comemorando com nosso filho”, disseram os pais do pequeno Antônio.
Casal devoto de Santo Antônio nomeou o filho em homenagem ao religioso — Foto: Reprodução/TV Clube
Já o servidor público Marco Antônio que atua em guardar o mastro. Ele relata que a fé faz as pessoas acreditarem em milagres.
“Todo mundo quer pegar nesse mastro para carregar até a igreja de Santo Antônio. São homens e mulheres que vêm até de outras cidades para tocá-lo em busca do seu casamento”, relatou.
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