Um vereador de Alto Longá-PI, Expedito Moto Peças (PT), parece ter sido o único parlamentar do Piauí a se preocupar com os gastos dos prefeitos com o recurso extra mandado pelo Ministério da Saúde aos municípios para gastos especificamente de enfrentamento ao coronavírus.

O governo do Piauí já havia divulgado uma planilha feito no word para mostrar gastos com o covid-19 e o prefeito de Alto Longá, Henrique César Arêa Leão (PSD) seguiu a mesma linha. Com valores arredondados, o prefeito já justificou todo o gasto dos R$ 239.957, 21 (duzentos e trinta e nove mil, novecentos e cinquenta sete reais e vinte e um centavos) recebidos pelo município.

Entre os itens supostamente comprados, a planilha traz um gasto de 60 mil, redondos, com medicamento, mas não existem medicamentos específicos para combate ao coronavírus. Traz ainda R$ 15 mil para a locação de veículos.

Um álcool gel 70%, de 500 ml, foi adquirido pela prefeitura de Alto Longá ao preço de R$ 100,00, enquanto o mesmo produto pode ser encontrado no varejo por até R$ 5,60. Uma luva de procedimento que pode ser encontrado por até R$ 15,50, foi comprada a R$ 39,00.

Foi na publicidade que o gestor conseguiu gastar as frações monetárias dos recursos recebidos. Foram 12.003, 21 de propaganda sonora e escrita.

O vereador Expedido Moto Peças disse que a planilha é suspeita e citou exemplo dos medicamentos adquiridos. Seriam somente medicamentos indicados no combate ao Covide-19? Que tipos de medicamentos? Perguntas que só o legislativo pode responder depois de analisar as notas fiscais das supostas compras e fazendo uma visita in loco para verificar a entrada e saída dos ditos medicamentos na secretaria de saúde.

O parlamentar ainda questiona a contratação de pessoal pelo valor de R$ 96.000,00; mais de 20 mil de combustíveis, enquanto os insumos como Equipamentos de Proteção Individual para os profissionais e outras pessoas que possam a vir precisa, foram gastos apenas R$ 36 mil. Ou seja, com o que realmente deveria ser gastos os recursos não foram.