O desemprego no terceiro trimestre subiu a 8,9%, a maior taxa já registrada pela série, que começou em 2012, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A taxa é maior, tanto em comparação com o segundo trimestre (8,3%), quanto em relação ao terceiro trimestre de 2014 (6,8%).
O número de desempregados chegou a 9 milhões de pessoas, aumentando 7,5% na comparação com o trimestre anterior e 33,9% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quando eram 6,7 milhões de desempregados. Segundo o IBGE, foi o maior crescimento do número de desempregados em um ano, desde o início da série.
No terceiro trimestre foi estimado que 92,1 milhões de pessoas tinham emprego no Brasil, número que ficou estável na comparação trimestral e anual.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (24) e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua.
O IBGE também divulga resultados mensais da Pnad Contínua, com dados de trimestres móveis, ou seja, de três meses até a pesquisa. A anterior, de agosto, registrou desemprego de 8,7%, levando em conta informações de junho, julho e agosto.
O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados. A Pnad Contínua usa dados de 211.344 domicílios particulares permanentes distribuídos em cerca de 3.500 municípios.
Nordeste é região com maior desemprego
O Nordeste foi a região com o maior desemprego registrado no terceiro trimestre, 10,8%, e o Sul, a menor (6%).
No Nordeste, do terceiro trimestre de 2014 para o mesmo período de 2015, houve alta de 2,2 pontos percentuais no desemprego, e no Sul, de 1,8 ponto percentual.
A Bahia registrou o maior desemprego (12,8%) e Santa Catarina (4,4%), o menor. Entre as 27 capitais, Salvador tinha a maior taxa (16,1%) e Rio de Janeiro (5,1%) a menor. Entre as 21 regiões metropolitanas investigadas, Salvador (17%) tinha o maior desemprego e Curitiba (5,7%) o menor.
Maior parte dos trabalhadores está no setor privado
De acordo com o instituto, o total de pessoas com trabalho no terceiro trimestre era formado por:
68,6% de empregados;
4,4% de empregadores;
24,1% de pessoas que trabalham por conta própria;
2,9% de trabalhadores familiares auxiliares (pessoa que trabalha sem receber, ajudando membro da família que tenha trabalho).
Desses, a maior parte está no setor privado (72,2%). Outros 18,3% trabalham no setor público e os demais no serviço doméstico (9,5%).
Cerca de 35,4 milhões de pessoas tinham carteira de trabalho assinada no setor privado, no Brasil. Esse contingente caiu no trimestre (-1,4%) e em um ano (-3,4%).
Rendimento caiu 1,2% no trimestre
O rendimento médio real (ajustado pela inflação) dos trabalhadores foi de R$ 1.889, caindo 1,2% na comparação com o segundo trimestre, quando era de R$ 1.913, e ficando estável em relação ao mesmo período de 2014.
Entre as regiões, o Sudeste (R$ 2.189) teve o maior rendimento médio e o Nordeste (R$ 1.284), o menor. Entre as unidades da federação, o Distrito Federal (R$ 3.512) tinha o maior rendimento médio e o Maranhão (R$ 993), o menor.
Nas capitais, Vitória (R$ 3.782) tem o maior rendimento e São Luís (R$ 1.519), o menor. Entre as regiões metropolitanas, São Paulo (R$ 2.920) lidera e a Grande São Luís (R$ 1.388) mostrou o menor rendimento médio.
IBGE vai acabar com duas pesquisas de emprego
No ano que vem, o IBGE vai acabar com outras duas pesquisas de emprego que divulga mensalmente: a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) e a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário. Segundo o instituto, a Pnad Contínua é mais abrangente que as outras duas.
Na última PME, com dados de outubro, o desemprego subiu a 7,9%, o maior para o mês desde 2007. A última Pimes registrou queda de 0,7% no total de empregos na indústria em setembro, e de 7% em um ano.
Fonte: UOL
Por Helder Felipe
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