A campanha do PT entrou com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o Twitter cumpra o termo de cooperação firmado com a Corte para coibir mentiras durante a corrida presidencial de 2022. O partido identificou uma rede de 34 perfis – figuras públicas, perfis noticiosos e até anônimos – responsáveis pelo o que identifica como "guerra cultural".
"É possível perceber uma unicidade quanto aos temas e quanto aos usuários que publicam reiteradamente fake news, criando uma verdadeira guerra cultural que polariza o cenário eleitoral entre o alegado bem contra o mal", afirma a campanha de Lula na representação.
O advogado Zanin Martins diz que a luta é desigual e que só o Twitter teria ferramentas para enfrentar o problema. Por dia, o jurídico da campanha de Lula entra com uma média de cinco representações contra fake news no TSE. Na visão de Zanin, seria um trabalho artesanal contra uma máquina azeitada de disparos de mentiras.
"Eles não se inibem com as decisões do TSE. Só a plataforma teria capacidade técnica de enfrentar essa rede de desinformação", conclui Zanin.
A rede identificada pelo PT inclui os seguintes perfis:
- Carlos Bolsonaro
- Eduardo Bolsonaro
- Luiz Philippe de Orleans e Bragança (2 perfis)
- Paulo Martins
- Nikolas Ferreira
- Otávio Fakoury
- Carla Zambelli
- Ricardo Salles
- André Porciúncula
- Delegado Ramagem
- Bárbara Te Atualizei
- Kim Paim
- Elisa Brom
- Paula Marisa (2 perfis)
- Sarita Coelho
- Monica Machado
- Alexandre Padrão
- Dama de Ferro
- Patriota
- Emerson Grigollete
- Dom Lancelotti
- Rodrigo Constantino
- Silvo Navarro
- Marcelo de Carvalho
- Revista Oeste
- Gazeta Brasil
- Jornal da Cidade
- Roberto Motta
- Texugo Wink
- Alê Pavanelli
- Família Direita Brasil
- Brasil Paralelo
Os 27 temas explorados pelos perfis são os mesmos e vão desde fake news recicladas – como "kit gay", fechamento de igrejas e uma suposta foto de Lula com Suzane Von Richthofen – a temas novos, como o falso anúncio de Lula vai acabar com o agronegócio, e com 13º salário e férias dos trabalhadores.
Como este blog já noticiou, o surgimento destes temas não acontece por geração espontânea. Analistas das redes sociais da extrema-direita identificaram que o bolsonarismo recicla e customiza os temas que são explorados internacionalmente, como a perseguição a religiosos na Nicarágua.
Walton Carvalho
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