Na manhã desta terça-feira (14), vinte membros de uma facção criminosa foram presos, na Operação Draco 117 e entre eles está um homem que teria vindo de São Paulo para morar em São Raimundo Nonato com a "missão" de implantar uma célula de facção criminosa na cidade.
As investigações começaram a partir da morte de dois homens em fevereiro de 2024, aonde ao todo 23 pessoas são procuradas nas cidades de Campo Maior, São Raimundo Nonato, Bom Jesus, Canto do Buriti, e Demerval Lobão por envolvimento nos homicídios de:
-Gleidson Roberto Araújo Santos, encontrado morto com um tiro na cabeça, em 5 de fevereiro, ao lado do seu veículo em um campo de futebol no bairro Santa Luzia;
-Homem identificado como William, que teve o corpo esquartejado, queimado e enterrado no quintal de uma residência no bairro Umbelina.
O suspeito de ser o mandante da morte de William é um homem conhecido pelo apelido “Visionário”. Ele foi preso junto com a esposa. Conforme o delegado Eduardo Aquino, ele veio de São Paulo para organizar a célula da facção criminosa no Sul do Piauí.
Ainda segundo o delegado, o homem ocupa um dos postos mais altos na hierarquia da facção no Piauí. Ele tinha dois carros de luxo, e um deles era blindado. A esposa dele, por sua vez, ocupa também um cargo na hierarquia da facção no Tocantins. Na casa deles foram encontrados uma arma de fogo de propriedade da PM do PI e cerca de R$ 50 mil em dinheiro.
“Ele tem diversas passagens criminosas e deu autorização para a morte do homem que teve o corpo esquartejado e desovado em uma cova rosa no Umbelina. Também prendemos a mulher dele, que ocupa um alto cargo na organização no Tocantins”, afirmou Aquino.
Ele teria participado ainda de um movimento nacional pelos direitos carcerários enquanto continuava a cometer e encomendar crimes em São Raimundo Nonato.
Além da arma, dos carros e do dinheiro, o Draco também apreendeu cartões de crédito, notas promissórias e comprovantes de depósitos bancários. Esses elementos irão embasar uma investigação de lavagem de dinheiro que está sendo conduzida pela Polícia.
O delegado Eduardo explicou ainda que os suspeitos presos não tem relação com os assassinatos de Erinelton Pereira de Sousa e Mauro Cezar Aguiar dos Santos, mortos a tiros e facadas em 6 de fevereiro de 2024. Os crimes ocorreram no mesmo contexto da disputa entre facções, mas por outras pessoas do mesmo grupo criminoso.
Dois assasinatos em dois dias
Gleidson Roberto Araújo Santos foi encontrado morto, em 5 de fevereiro de 2024, ao lado de seu carro, em um campo de futebol no bairro Santa Luzia, em São Raimundo Nonato, a 521 km de Teresina. Ele foi executado com um tiro na cabeça.
Conforme o delegado Eduardo Aquino, Gleidson era suspeito por tráfico de drogas, e teria sido atraído para o campo de futebol com a expectativa de que venderia as drogas para os suspeitos presos na Operação Draco 117, que o assassinaram e fugiram do local.
No dia seguinte, em 6 de fevereiro de 2024, o homem identificado apenas como William teve o corpo esquartejado, queimado e enterrado no quintal de uma residência no bairro Umbelina, também em São Raimundo Nonato. Para o delegado, sua morte foi motivada pela disputa por pontos de venda de entorpecentes.
“Ele foi enviado por um integrante de uma célula da facção criminosa atuante em Avelino Lopes. Os membros da célula rival [da mesma facção] o sequestraram e o mantiveram em cativeiro”, apontou Aquino.
Cerca de uma semana depois, o corpo de William foi encontrado enterrado no quintal de uma casa. A investigação do Draco descobriu que William não foi morto na casa em que foi enterrado. A ideia original do grupo era deixar o corpo dele em outro lugar, mas o carro utilizado pelos criminosos parou de funcionar durante o trajeto, eles precisaram improvisar.
“Os suspeitos se desesperaram, conseguiram um segundo carro e o levaram para a casa de outro membro da facção, conhecido pelo apelido 'Das Almas', que atualmente está foragido”, completou o delegado.
Com informações do G1
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