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  22:49

Facção com fotos de Bin Laden e ameaças ao PCC se instala no Ceará; segunda neste ano

 

Uma facção criminosa originária da Paraíba, de nome Nova Okaida, começou a atuar no Ceará. O ingresso no Estado foi descoberto pela Polícia Civil do Ceará (PCCE), que deflagrou uma operação contra a organização criminosa, em junho deste ano. No último dia 2 de julho, o Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou 22 integrantes da facção.

Ao longo deste ano, uma outra facção chamada “Terceiro Comando Puro (TCP)” também passou a atuar no Vale do Jaguaribe e na Serra da Ibiapaba, no Ceará. A morte de jovem de 16 anos teria sido praticada por integrante da organização criminosa, originária do Rio de Janeiro.

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Nova Okaida

A investigação policial descobriu que a facção Nova Okaida já estava instalada nos municípios cearenses de Baixio e Ipaumirim, que ficam na divisa com a Paraíba, próximo de cidades paraibanas que têm o tráfico de drogas dominado pela organização criminosa.

A organização criminosa foi alvo da Operação Continere, deflagrada pela Delegacia Municipal de Ipaumirim, com o apoio do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI-Sul), no dia 4 de junho deste ano. A Polícia cumpriu 46 ordens judiciais (sendo 22 mandados de prisão preventiva e 24 mandados de buscas e apreensão), nos municípios de Ipaumirim (CE), Baixio (CE), Cajazeiras (PB), São João do Rio do Peixe (PB) e Cachoeira dos Índios (PB).

Um dos réus da ação penal é apontado como o principal responsável pela instalação de células da facção paraibana nas duas cidades cearenses. Fabrício Gomes Cândido, conhecido como 'FB', integrava a facção cearense Guardiões do Estado (GDE), mas "rasgou a camisa" (trocou de facção) quando chegou ao presídio Colônia Penal Agrícola, no Município de Sousa, na Paraíba.

A palavra "Okaida" é uma referência à pronúncia do nome da organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda, considerada por muitos países como um grupo terrorista, que tem como um dos fundadores Osama Bin Laden - apontado como idealizador do ataque às Torres Gêmeas, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, e morto por forças militares norte-americanas em 2011. 

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Conforme a Polícia Civil do Ceará, a Nova Okaida "é a maior facção criminosa com atuação no Estado da Paraíba, é resultado de dissidências das antigas Facções Okaida e Okaida RB e comanda o tráfico de drogas em todo o estado".

Os investigadores cearenses, inclusive, encontraram uma música composta por integrantes da Nova Okaida, na rede social YouTube. A letra cita 'FB' e outros acusados de instalar a facção no Ceará e diz que o grupo "é vera caçador de PCC" e que "o Ceará tá dominado". "É a Nova Okaida, a facção expandiu por todo território do Ceará, bota a cara alemãozada", complementa a letra.

Terceiro Comando Puro (TCP)

Após uma tentativa de se estabelecer em Fortaleza em 2022, o TCP passou a expandir, neste ano, sua presença em municípios do Vale do Jaguaribe e da Serra da Ibiapaba, a exemplo de São Benedito.

Boa parte dos faccionados que decidiram integrar o TCP neste ano seria integrante da facção cearense Guardiões do Estado (GDE), que tinha uma aliança com a organização carioca.

Em 2022, três homens apontados como liderança da GDE deixaram esta facção e passaram a integrar o TCP, motivando, conforme investigações da Polícia Civil, um conflito com os ex-aliados que teria deixado, ao menos, 10 mortos em bairros como Jangurussu, Conjunto Palmeiras e Aerolândia, em Fortaleza. 

A mudança foi vista por integrantes da GDE como uma traição. Na Aerolândia, ocorreu o mais grave episódio desse confronto: uma chacina deixou quatro mortos em 18 de fevereiro de 2022.

As vítimas da chacina seriam pessoas ligadas às lideranças que decidiram integrar o TCP. Já entre os mortes nos demais bairros também havia pessoas que teriam decidido continuar com a GDE.

A próxima movimentação do TCP no Ceará só voltaria a ocorrer neste ano. Em janeiro, publicações nas redes sociais davam conta de que faccionados, em alguns municípios do interior do Estado, que até então estavam na GDE, teriam aderido à organização criminosa carioca. 

Queimas de fogo e pichações foram feitas em alusão ao fato em municípios como Morada Nova e São João do Jaguaribe, ambos localizados no Vale do Jaguaribe. 
   

Fonte: Diário do Nordeste e O Povo

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