O candidato republicano Donald Trump disse nesta quinta-feira (13) durante um comício na Flórida que as acusações de abuso sexual feitas contra ele são "total e absolutamente falsas", e atribuiu a culpa dessas notícias à "imprensa mentirosa". Trump afirmou que vai providenciar evidências para refutar as denúncias.
Duas mulheres acusaram Donald Trump de toques impróprios em uma reportagem publicada na quarta-feira (12) pelo jornal "New York Times". A reportagem foi seguida por uma torrente de alegações semelhantes de outras mulheres, aumentando a pressão sobre a campanha de Trump, que vem perdendo fôlego nas pesquisas de opinião e tendo dificuldade para conter uma crise causada por comentários do candidato sobre como apalpa mulheres sem seu consentimento, que vieram à tona na última sexta-feira.
Durante o comício, Trump também acusou a mídia norte-americana de promover ataques para detê-lo. "Estas acusações são todas inventadas. São pura ficção e são totais mentiras", declarou Trump no comício. "Estes ataques estão orquestrados pelos Clinton e seus aliados na imprensa", concluiu.
Denúncias
Uma das mulheres, Jessica Leeds, apareceu em um vídeo no site do "New York Times" contando como Trump apertou seus seios e tentou colocar a mão por baixo de sua saia durante um voo a Nova York em meados de 1980.
A segunda mulher, Rachel Crooks, descreveu como Trump a beijou "diretamente na boca" em 2005 do lado de fora do elevador da Trump Tower em Manhattan, onde ela trabalhava como recepcionista de uma imobiliária. A campanha do magnata negou haver qualquer veracidade nas reportagens e divulgou uma carta enviada ao jornal por Marc Kasowitz, um advogado que representa Trump, exigindo que a publicação se retrate da reportagem, que chamou de "difamatória", ameaçando uma ação legal se não o fizer.
"Este artigo inteiro é ficção, e é perigoso para o 'New York Times' lançar um assassinato de caráter completamente falso e coordenado contra o senhor Trump", disse o principal conselheiro de comunicação da campanha de Trump, Jason Miller, em um comunicado.
A Reuters não conseguiu verificar os incidentes de forma independente. Leeds e Crooks não responderam de imediato a pedidos de comentários feitos pela Reuters. "Mantemos a reportagem, que se ajusta claramente ao domínio do jornalismo de prestação de serviço", afirmou uma porta-voz do jornal.
A matéria vem à tona dois dias depois de uma pesquisa de opinião Reuters/Ipsos ter revelado que um de cada cinco republicanos acha que os comentários de Trump sobre apalpar mulheres o desqualificam para a Presidência e o colocam 8 pontos percentuais atrás da candidata democrata Hillary Clinton entre eleitores prováveis --o voto é facultativo nos Estados Unidos.
"Vergonhoso"
A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, criticou os comentários de teor sexual de Trump sobre as mulheres, afirmando que são intoleráveis e vergonhosos. Michelle se refere ao vídeo revelado na última sexta em que Trump comenta sobre como apalpa mulheres sem seu consentimento.
"Isso não é normal. É vergonhoso. É intolerável. Não importa a que partido pertença - Democrata, Republicano, independente -, nenhuma mulher merece ser tratada dessa forma, ninguém merece ese tipo de abuso", declarou Michelle em um comício para apoiar Hillary Clinton em New Hampshire (nordeste).
Fonte: G1
Por Helder Felipe
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