Adeus, chapinha! O permanente no cabelo está de volta
Sucesso nos anos 1980, a técnica está reconquistando fashionistas e atrizes de Hollywood
Cachos definidos, volumosos e nada discretos: o visual exagerado era resultado do permanente, procedimento que dominou os salões de beleza e as telas do cinema nos anos 1980 e início dos 1990 - quem não se lembra dos cabelos de Alex Owens, a protagonista do filme Flashdance, de 1983? Agora, a técnica está de volta aos holofotes (e ao feed do Instagram). Mas não se assuste: o permanente versão millennial passa longe daquele das décadas passadas.
Com menos foco no volume, o método atual promete ondas mais naturais, como no pós-praia. A ideia é garantir um efeito ondulado digno de tapete vermelho sem precisar usar um modelador de cachos. Não à toa, o procedimento já conquistou fashionistas e atrizes de Hollywood, como Emma Stone e Jaime King.
“A nova versão do permanente é marcada por ondas que nascem no meio do fio - e não na raiz ou na ponta, como estávamos acostumados a ver”, conta Jeferson Ribeiro, cabeleireiro do salão Jacques Janine Jardim América. “A ponta fica um pouco mais lisa, o que garante um aspecto bem natural às mechas. Os cachos são bem abertos, levemente mais definidos que o beach hair, tendência dos últimos anos”.
O processo consiste em enrolar as mechas do cabelo em bastões de diferentes tamanhos e aplicar uma solução química para fixar os fios no formato ondulado. “O princípio ativo do permanente não mudou, continua sendo o tioglicolato de amônia”, explica Silvana Lima, cabeleireira do Studio W Iguatemi. “Esse componente químico quebra as pontes de dissulfeto, dando uma nova forma ao fio, de acordo com o tamanho dos bobes enrolados nas madeixas”.
Se seu cabelo já passou por muitos procedimentos químicos intensos, como a descoloração, o permanente pode não ser indicado. Mas, especialistas garantem, ele não causa danos aos fios: pode até ajudar a eliminar o frizz e dar mais definição ao formato natural do cabelo. “O mercado de cosmetologia evoluiu consideravelmente desde os anos 1980, e hoje já encontramos produtos com fórmulas bem menos agressivas do que no passado”, diz Jeferson.
Ainda assim, os cuidados pós-permanente devem ser constantes, segundo o profissional. “Como a escama do fio fica aberta, ele fica suscetível a agressões externas. Recomendo pelo menos uma nutrição profunda no salão a cada 20 dias para a reposição de aminoácidos e queratina. Além disso, indico o uso de ativadores de cachos e máscaras hidratantes em casa uma vez por semana”, completa Jeferson Ribeiro.
No Jacques Janine, o procedimento custa a partir de R$ 400 e promete durar cerca de quatro a cinco meses. Já no Studio W, os valores dependem de uma avaliação capilar feita por profissionais do salão.
FONTE: Estadão
Por Rafael Melo
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