Maria Fernanda Cândido recebeu recentemente o prêmio de melhor atriz por seu trabalho em “A paixão segundo G.H.” no Festival de Siena, na Itália. O longa também foi premiado na categoria melhor filme. Em entrevista, a atriz fala sobre a emoção com o reconhecimento:
— Fiquei lisonjeada. Eu acho que a gente não trabalha para receber prêmio, obviamente, mas quando isso acontece, é uma alegria enorme. Eu fui convidada para ir ao festival durante a semana, mas não pude ir porque estava em outro compromisso. Eles pediram para eu ir no sábado, disseram que não tinham como confirmar nada, mas que achavam que o meu filme era um forte candidato, que eu era candidata a receber o premio de melhor atriz. Eu saí da França e fui para a Itália no próprio sábado, dia do encerramento do festival. Sabia que a chance existia, mas não tinha uma confirmação. Quando eles falaram meu nome, eu fui lá receber meu prêmio e voltei para o meu lugar naquela excitação. Depois de um tempo, o filme também ganhou. Subi novamente para receber o troféu. Foi bem emocionante.
Ela conta que o longa, baseado na obra homônima de Clarice Lispector, transformou a sua vida:
— Fazer esse filme foi um processo muito profundo, muito intenso. É algo que me marcou e que vou carregar para o resto da vida.
Este ano, Maria Fernanda fez uma breve participação no remake da novela "Renascer". Ela diz que, ao escolher os seus trabalhos, não costuma pensar no formato:
— Eu sempre analiso o projeto, independentemente do gênero ou da plataforma. Penso na história, no conteúdo e em quem estará envolvido no processo, porque essas escolhas refletem diretamente no resultado final.
A atriz, que completou 50 anos em maio, fala sobre como encara a passagem do tempo:
— Cinquenta é um número redondo, simbólico. É meio século de vida. Fisicamente, envelhecer não é prazeroso, mas a experiência acumulada ao longo dos anos é algo poderoso. Ela serve como bússola nessa jornada da vida.
Sobre etarismo, disse ainda não ter vivido situações específicas, mas reconhece sua existência:
— Provocar o debate é importante, pois ajuda a promover mudanças, ainda que de forma lenta.
Em 2000, a atriz foi eleita a mulher mais bonita do século durante uma votação no "Fantástico". Ela conta como se sentiu com o título:
— É um sentimento meio a meio. Ao mesmo tempo em que uma parte minha ficou lisonjeada, por ser uma manifestação popular, esse não é o objetivo do meu trabalho. Não devemos levar isso tão a sério, assim como também não devemos levar a sério as críticas.
Morando há sete anos na França com o marido, Petrit Spahija, e os filhos Tomás, de 18 anos, e Nicolas, de 15, Maria Fernanda afirma sentir saudades do Brasil.
— Eu sinto muita falta da nossa alegria, do calor humano, da música e da dança. Mas busco aproveitar o melhor de cada lugar. Não existe país perfeito, todos têm seus pontos positivos e negativos — diz.
Ao comentar a maternidade, afirma ter vivido várias fases:
— Eu comecei como uma mãe muito grudada e sentia que precisava compensar minhas ausências por conta do trabalho. Com o tempo, percebi que precisava aceitar meu papel e minha história. Hoje, meus filhos já cresceram, estão se tornando independentes, e isso é uma nova fase, uma transição que não tem fórmula pronta. Estamos sempre aprendendo.
Fonte: O Globo
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.