A quadrilha, presa nesta quarta-feira(15), suspeita de fraudar a Previdência era formada por irmãos, que seriam os líderes do bando, com suas esposas, mãe e padrastro, além de dois servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) de Teresina e outras pessoas que transferiam benefícios do Maranhão para o Piauí, após a morte dos titulares. A operaçaõ foi desencadeada nesta manhã em Teresina e no Maranhão.
"Eles conseguiam identificar esses óbitos no Maranhão e transferiam os benefícios para o Piauí. A participação dos servidores do INSS que foram alvo na operação é que eles atuavam na transferência desses benefícios de lá para cá, mediante a utilização de documentos falsos. Eles tinham ciência de que o documento era falso e recebiam vantagem indevida para poder transferir esses benefícios", informou o delegado titular da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários da Polícia Federal, Lucimar Sobral Neto, que comandou a operação.
A Polícia já identificou 639 benefícios nessa situação, utilizados pela quadrilha, que segundo o serviço de inteligência do INSS já causaram um prejuízo de R$ 26 milhões. Se eles continuassem recebendo, o prejuízo futuro estimado era de R$ 80 milhões de desvio, se não houvesse bloqueado os cartões.
Todos os mandados foram cumpridos em Teresina, nas cidades maranhenses de Bacabal e Pedreiras. Dois servidores do INSS foram presos.
A fraude acontece há cerca de cinco anos. "Esse pessoal já tinha sido investigado inicialmente pelo Maranhão na operação Duofratos, há alguns anos atrás e lá só pegaram os cabeças, prenderam dois e quatro foram indiciados. E ai o pessoal veio para cá e a gente conseguiu através da inteligência identificar que eles estavam atuando aqui e começamos a investigar e conseguimos identificar não só os da outra operação do Maranhão, mas as várias outras pessoas envolvidas", destacou o delegado.
Participaram da coletiva a superintendente da Polícia Federal no Piauí, Mariana Calderon, o delegado Albert Paulo de Moraes, da Delegacia Regional de Crime Organizado e o delegado Lucimar Sobral Neto, titular da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários.
O cumprimento dos mandados de busca continuam, tanto nas agências do INSS, entre elas a da avenida João XXIII e em outro imóvel, que a polícia não quis informar a localização, porque as diligências ainda estão em andamento, onde foram apreendidos centenas de cartões e documentos falsos. O imóvel funcionava como o escritório da quadrilha e ficava em um condominínio residencial de apartamentos na zona Leste.
"Tudo que estava programado foi dado cumprimento e pode ser que surjam outras fases mas só depois que analisarmos o material apreendido hoje", afirmou o delegado.
Os investigados deverão responder pelos crimes de associação criminosa (artigo 288 do CPB), estelionato qualificado (artigo 171, § 3º, do CPB), falsidade ideológica (artigo 299 do CPB), uso de documento falso (artigo 304 do CPB), corrupção passiva (artigo 317, §1º, do CPB) e corrupção ativa (artigo 333, p. u., do CPB).
José Sérgio
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