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Obama em defesa das mulheres “Não há espaço para a opressão das mulheres no século XXI”

Num discurso em que fez questão de recordar as suas raízes quenianas, Barack Obama deixou uma mensagem em nome da defesa dos direitos das mulheres.

 

Perante uma plateia de 5 mil pessoas, que aplaudiam efusivamente o Presidente norte-americano Barack Obama a  cada frase em nome da defesa das mulheres, Barack Obama deixou bem claro que “não há nenhuma desculpa para justificar a agressão sexual ou a violência doméstica”, nem “nenhuma razão” para a “mutilação genital” de milhares de jovens africanas todos os anos. “Numa sociedade civilizada” não há lugar para isto nem para “o casamento precoce ou forçado de crianças”, continuou o norte-americano. “Estas tradições podem ser seculares, mas não têm lugar no século XXI. São questões de ‘certo’ e ‘errado’ em qualquer cultura”.

 

Barack Obama tornou-se uma verdadeira estrela em Nairobi, depois de ir contra todas as recomendações dos seus conselheiros – em um discurso no último dia 29 de julho, onde criticou as leis contra homossexuais no Quénia e no resto do continente africano. O Presidente norte-americano voltou-se para a defesa da igualdade de direitos das mulheres africanas. “As mulheres não podem continuar a ser tratadas como cidadãs de segunda”, afirmou.

 

Num discurso marcado pelas referências às suas raízes quenianas, o líder norte-americano começou por defender que no século XXI “não há espaço” para aquelas tradições que, em muitas partes do mundo, continuam a “oprimir as mulheres” e a tratá-las como “cidadãs de segunda”. Obama apelou, ainda, para que fossem banidas as práticas que violam os direitos da mulher em todo o mundo. “No mundo, há uma tradição de oprimir as mulheres. Não há espaço para isso no século XXI”, apontou o chefe de Estado norte-americano.

 

A violação dos direitos das mulheres com práticas tão abusivas como a mutilação genital ou os abusos, são praticadas no Quénia e em numerosos países africanos, onde Obama considera necessário lutar pela igualdade de género.

 

“Cada país e cada cultura têm tradições que são únicas e que ajudam a tornar esse país o que ele é. Mas só porque [uma tradição] faz parte do passado do país, não faz dela uma tradição correta, não significa que possa definir o futuro do país. Maridos que batem nas mulheres, crianças que não vão à escola, casamentos forçados… são tradições. [Assim como], considerar as mulheres cidadãs de segunda. [Mas] são tradições que precisam de mudanças”, insistiu.

 

Miguel Santos AFP/Getty Images