CRÔNICA: Esperança renovada
A esperança do desportista campomaiorense se aflora com a ida de Paulo Martins para Fudespi
Sozinho numa pizzaria, nada passava pela mente. Observava apenas um garotinho na mesa da frente a se lambuzar com uma enorme fatia, enquanto aguardava minha vez e devorar aquilo. Me chega um homem forte, cabelo baixo e simpático – lembro dele de alguma outra ocasião – e a mim dirige uma pergunta:
- Otávio, o que esperar de Paulo Martins na Fundespi?
Não sei qual diferença minha opinião faria na vida daquele homem. Mas não tive dificuldade para invocar a resposta que sempre uso em situações assim:
– Vamos torcer pra que ele faça uma boa administração, né – falei.
Acho que não era aquela resposta que ele queria ouvir. Digo isso pela expressão facial que ele mostrou ao ser frustrado com minha resposta insossa. Mas sem graça ainda foi sua conclusão:
- É, vamos esperar – disse e saiu sem se apresentar.
O questionamento era referente as conversas de bastidores as quais indicam que o ex-prefeito de Campo Maior Paulo Martins deve assumir a Fundação de Esportes do Piauí. A reforma administrativa anunciada pelo governador Wellington Dias deve substituir Vicente Sobrinho por Martins.
Voltei pra casa com aquela pergunta a me incomodar. Não havia ainda formulado opinião sobre a ida do campomaiorense ao órgão estadual. Já era madrugada do dia seguinte. Enquanto o sono não aparecia, lia um romance do jornalista sueco David Lagercrantz quando me peguei meditando na pergunta do homem.
O silêncio da noite, os pingos da chuva calma na janela eram minhas únicas companhias naquele instante. Não conseguia entender porque aquela pergunta tornava a incomodar. A resposta que proferi ao homem talvez, para ele, foi mais satisfatória do que penso agora. Espero que a crônica chegue a ele.
Falar em Fundespi em Campo Maior é sinônimo de estádio Deusdeth de Melo. A memória é acessada e lembra imediatamente a novela que o Estádio assiste há mais de cinco anos. Obra a passos lentos, deixando os times locais fora de competições etc.
A ida do ex-prefeito para o órgão renova a esperança dos desportistas locais em ver a bola rolar no “tapete verde do Deusdeth de Melo” novamente. A avaliação dos campomaiorenses, ao fim da administração de Paulo Martins na Fundação de Esportes, passa exclusivamente pelo que será feito do Estádio este ano.
Martins não terá vida fácil por lá. Vai precisar se desdobrar para tornar a geringonça um órgão que sirva efetivamente aos Esportes. Projetos novos e planos audaciosos serão capazes de tirar a visão capenga que se criou com o Vicente Sobrinho há tanto tempo à frente da Fundação.
Adianto a Paulo Martins: Estádio Deusdeth de Melo, Ginásio Verdão e Estádio Albertão serão os fantasmas que tirarão seu sono.
Por Otávio Neto
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