o cronista e a crônica
Uma crônica na estreia deste blog para os leitores virtuais deste site
Bom dia, boa tarde, boa noite.
Como leitor de internet que você deve ser, não sei bem que horas irá ler esta crônica. E como pede a boa educação, faço aqui uma breve apresentação sobre minha pessoa e sobre o objetivo deste blog: escrever crônicas.
Chamam-me Antonio Santos, Antonio José, AJ ou simplesmente Antonio. Alguns me conhecem pelo nome de profissão: professor. Minha esposa prefere me chamar carinhosamente de “Meu amor”. Meus inimigos têm vários nomes para mim: Maluco Sonhador, “Cretino Fundamental”, Jornalista Fracassado, “Genial Canalha” (afora os impropérios cabeludos que possam imaginar o nobre leitor...)
Nasci no Maranhão e cresci piauiense. Filho de pai preto e mãe branca, o quinto filho de seis irmãos. Tímido de nascimento e ressentido por maioria de votos (onde se lê ressentido, leia-se vingativo). No mundo do trabalho, dividido em fazer o que gosto ou ganhar dinheiro para sobreviver, escolhi Letras-Português e segui o destino de professor. Por precaução me formei em Jornalismo e nada mudou na minha vida financeira.
Na escrita literária, escrevo alguns contos, crônicas e poemas esparsos. Meu grande público (quatro leitores esperançosos) insiste que eu continue literando, como se isso fosse a coisa mais fácil do mundo. Já lhes avisei que literatura é um parto difícil: escrever é dar à luz às palavras; que venham as contrações para parir novas ideias.
“Mas e a crônica, Antonio, eu quero saber da crônica!”, dirá um(a) leitor(a) de internet apressado(a) em clicar um link qualquer.
Difícil dizer, mas vamos lá. A crônica é isso: simplesmente complexa, síntese dos instantes, fugaz eternidade, fato-ficção da vida, escrita para sempre perene, colóquio da oralidade, jornalismo imorrível, notícia marginal, voyeur do tempo, observador do cotidiano fugidio, vigilante das grandes miudezas em geral, a quase notícia perdida, rodapé da literatura de jornal, estória da História, prima-pobre da prosa literária, partícula quântica da vida particular, verso-fato cronometrado, lírica reportagem, épico precoce dos joões-ninguém, epopeia marginal das almas, odisseia do mundículo alheio, curta hora, minuto eterno, infinito segundo, tempo inconsequente, ficção da realidade, doméstica notícia, folhetim de mil dicas, lápis verde da escrita curta, memória coletiva olvidada, poema da mais triste notícia de jornal, fato falso sem ser fake, tempo fingi(dor), eterno efêmero...
Neste blog, as crônicas - e aqui-acolá alguns poemas enxeridos - irão expor um pouco de tudo: da beleza da rosa às agruras da vida, das trivialidades do tempo aos momentos prescindíveis. Por fim escrevo aqui a informação mais fundamental deste blog: não importa quem eu sou; o que importa são as histórias que eu vou contar...
Boa noite, boa tarde, bom dia.
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