De acordo com decisão da Justiça, a partir de terça-feira (10), a delegacia de Picos não poderá mais receber presos e todos devem ser encaminhados imediatamente para Penitenciária José de Deus Barros, que já sofre com problemas de superlotação.

Segundo o presidente da Associação Geral do Pessoal Penitenciário do Estado do Piauí (Agepen-PI), Marcelo Cardoso, a decisão preocupa porque atualmente trabalham por plantão de 4 a 5 agentes penitenciários em Picos, sendo que a penitenciária que deveria ter no máximo 145 presos, já está com mais de 400.

“O estabelecimento penal conta hoje com cerca de 4 ou 5, podendo chegar até no máximo 6 agentes penitenciários por plantão para realizar as diversas atividades que fazem parte da rotina do presídio, tais como alimentação dos presos, visitas dos familiares, atendimento a advogados, oficiais de justiça, escoltas de presos a audiências e ainda aqueles imprevistos como escolta de presos doentes/internado no hospital público da cidade”, explicou.

Ele explicou ainda que a construção de novo presídio na região, destinado a presos de segurança máxima, e a realização de concurso público ajudariam a sanar uma parte dos problemas. “Essas medidas são as únicas formas de se evitar uma tragédia no Sistema Penitenciário. O improviso e a irresponsabilidade dos administradores ao longo dos anos tornam o sistema penitenciário um depósito de seres humanos e aumenta violentamente o estresse dos profissionais que laboram no sistema”, declarou o presidente da Agepen.

Para Marcelo a decisão do juiz da Comarca de Picos precisa ser revista. “Reafirmamos que a medida deve ser revista com urgência e sanados os problemas existentes nas unidades como superlotação e carência de profissionais por meio de concurso Público e não seu agravamento. Não se resolve o problema das delegacias causando agravando ainda mais os problemas do sistema prisional”, disse Marcelo Cardoso.

Secretaria de Justiça

Em entrevista, o secretário de Justiça, Daniel Oliveira, afirmou que entende as dificuldades da penitenciária, mas que ainda não foi informado da decisão.

“Olha, eu só irei me pronunciar após ser intimado e ser informado sobre a decisão. Eu só fiquei sabendo dessa decisão pela imprensa e não fui informado, então não poderia me manifestar. Depois que for informado é que irei ver que providências irei tomar”, esclareceu o secretário.

Fonte: GP1