Isolamento social evitou 600 mortes por Covid-19 e impediu que 100 mil fossem infectados em Teresina
A Prefeitura Municipal de Teresina informou nesta terça-feira (5) que o isolamento social na capital evitou a morte de 600 pessoas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e impediu que 100 mil fossem infectadas pela Covid-19, doença provocada pelo vírus.
Os dados foram levantados pelo matemático e professor Jefferson Leite, integrante do Grupo de Trabalho de Saúde do Comitê Gestor de Crise (CGC) da Universidade Federal do Piauí. O estudioso projetou o cenário onde os moradores circulavam normalmente pela cidade, sem nenhuma medida restritiva.
A estimativa é baseada no protocolo da Organização Mundial de Saúde, que estima a quantidade de pessoas que podem ser infectadas por um indivíduo contaminado. Os cálculos foram feitos com base nos registros oficiais de mortes e casos notificados.
Como não existem testes suficientes para toda a população foi realizado uma investigação sorológica, com testes para a Covid-19. A Prefeitura de Teresina verificou que para cada pessoa infectada na cidade, existem outras 62 não notificadas.
De acordo com o professor Jeferson Leite, que é doutor em Matemática Aplicada com ênfase em Modelos Matemáticos em Epidemiologia, a pesquisa mostra que existe uma relação entre o crescimento exponencial dos infectados e a necessidade do isolamento social no combate à Covid-19.
“O número de casos depende do percentual de isolamento que a cidade consegue atingir. Segundo as projeções matemáticas, se o índice de isolamento social se mantiver na média de 55%, teremos cerca de 4,2 mil pessoas infectadas com a Covid-19. Se a taxa chegar em 60%, o número cai para 3,7 mil casos, podendo ficar em 2,8 mil casos se o percentual chegar a 70%”, explicou.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, Teresina tem a menor curva de evolução dos casos do novo coronavírus entre as capitais do Nordeste, ao lado de Salvador (BA).
“Encerramos o mês de abril com uma grande queda no índice de isolamento social em Teresina, quando registramos, no dia 30, que apenas 43% das pessoas ficaram em casa. Isso mostra que a população começa a sentir uma falsa segurança em relação à doença e passa a descumprir as recomendações estabelecidas pelas autoridades”, argumentou.
Bianca Viana
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