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  01:31

Menores de Castelo teriam afirmado que apanharam em Campo Maior para assumir crime

O mesmo interno disse a Defensoria que os quatro menores disseram ter sido espancados em Campo Maior para assumirem a prática dos estupros.

 Gleison Vieira teria feito revelações antes de morrer (Foto: Reprodução)

A sentença lida pelo juiz Leonardo Brasileiro no dia 9 de julho dava uma resposta em tempo recorde à sociedade piauiense sobre os estupros coletivos acorridos na cidade de Castelo do Piauí. Cerca de 40 dias depois de um dos piores crimes da história recente do estado, quatro menores acusados pela barbárie foram encaminhados ao Centro Educacional Masculino (CEM) para cumprirem medidas socioeducativas pelos próximos três dias. 


Mas depoimentos colhidos pela Defensoria Pública do Estado após a morte do adolescente Gleison Vieira da Silva, 17 anos, podem trazer uma reviravolta do caso. Documentos divulgados nesta terça-feira pela Tv Cidade Verde revelam que apenas Gleison teria cometido o crime, que os adolescentes teriam sido espancados em Campo Maior para assumirem a autoria dos fatos e que outras pessoas estariam envolvidas. 


Gleison Vieira, morto pelos outros três envolvidos no estupro coletivo de Castelo do Piauí, teria feito revelações antes de morrer a outros adolescentes apreendidos no CEM que podem dar um novo rumo às investigações do caso. A Defensoria Pública colheu esses depoimentos para buscar reverter às condenações impostas pela justiça pela prática de quatro estupros, tentativa de três homicídios e um homicídio. 


Um dos internos afirmou que Gleison assumiu que tinha estuprado duas das quatro meninas e que outras duas pessoas estavam envolvidas no caso, mas não revelou nomes nem se eram também menores de idade. O menos interno disse ao procuradores que Gleison declarou que os outros três menores não tinham nada haver, que os menores nem se quer estiveram presentes no morro do Garrote, onde aconteceu o crime.


Foto: Reprodução / Tv Cidade Verde

 

Foto: Reprodução / Tv Cidade Verde


A declaração que mais chama atenção, no entanto, é a de que Gleison afirmou que lhe foi oferecido uma quantia de R$ 2 mil e um advogado para que ele acusasse os outros três adolescentes. O que leva os defensores públicos acreditar que a oferta teria partido dos verdadeiros responsáveis. 


O mesmo interno disse a Defensoria que os quatro menores disseram ter sido espancados em Campo Maior para assumirem a prática dos estupros. Gleison disse estar arrependido pelo que fez. E finalizou declarando que todos os jovens do Pavilhão D sabem das declarações de Gleison antes de ser assassinado. 


Foto: Reprodução / Tv Cidade Verde

 

Foto: Reprodução / Tv Cidade Verde


Em depoimento colhido, um interno afirmou que viu os quatro adolescentes apanhando ao chegarem ao CEM, e que após a morte de Gleison os três adolescentes apanharam mais uma vez de um guarda do Centro. 


O detento disse que ouviu Gleison afirmar que os outros adolescentes eram desafetos seus e que os acusou para não denunciar os verdadeiros culpados. 


Foto: Reprodução / Tv Cidade Verde


As declarações dos internos vão de encontro aos depoimentos das três adolescentes vítimas da barbárie. As garotas afirmam terem visto apenas Gleison; que não se recordam de outras pessoas na cena do crime. Os exames também comprovam os depoimentos, já que não foi encontrado espermas dos três menores nas vítimas. 

 

Os defensores públicos Gerson Henrique Sousa Silva e Robert Rios Junior não se pronunciam acerca dos novos fatos apresentados por conta do segredo de justiça em que tramita o processo.  

Por Otávio Neto

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