De uma hora para a outra, elas viraram uma das peças mais importantes no look do brasileiro. As máscaras de pano passaram a ser recomendadas no começo do mês pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde como ferramentas no combate ao coronavírus — sem reduzir a importância do distanciamento social —, e logo boa parte da população brasileira passou a testar os talentos manuais para confeccionar os próprios protetores.
Mas muita gente ainda se pergunta qual o melhor tecido para isso. Uma nota técnica do Ministério da Saúde recomenda quatro, exatamente nesta ordem de capacidade de filtragem de partículas virais:
1º - fronhas de tecido antimicrobiano
2º - algodão (como camisetas 100% algodão)
3º - cotton (composto de poliéster 55% e algodão 45%)
4º - tecido de saco de aspirador.
À frente de pesquisas sobre tipos de máscaras na Universidade de São Paulo (USP), Linamara Rizzo Battistella, professora da Faculdade de Medicina da instituição, atesta a vantagem do uso do tecido algodão para a confecção de máscaras caseiras.
Além de existir no guarda-roupa de quase todo brasileiro, ele teve bom resultado nos testes de filtragem realizados por grupos multidisciplinares.
O algodão oferece um nível de 65% de proteção. Quando eu uso a máscara, do aerossol que eu libero falando, passa apenas 35%. Reduz bastante o risco de contaminação.
Ela sugere que as pessoas se desfaçam daquela aquela fronha velha, lençol ou camiseta (é importante que a máscara seja, pelo menos, dupla face). Quanto mais fibra natural tiver o tecido, também, será mais agradável ao toque.
Nos testes da USP, o TNT, material das máscaras cirúrgicas, é o que apresentou a melhor proteção, de 97% com folha dupla. Ele também tem bom resultado com relação à umidificação da máscara, uma vez que repele a água. A desvantagem é que esse tipo de material não pode ser reaproveitado: diferentemente da máscara de algodão, que a pessoa deve deixar de molho e lavar, a de TNT precisa ser descartada após o uso.
Algumas “descobertas” dos brasileiros, de colocar uma folha de TNT ou um filtro de café dentro da máscara de tecido, lembrando de descartar o complemento após cada uso, são chanceladas pela especialista.
Já a confecção de máscaras com tecido com a trama muito aberta, como a lã, por exemplo, não são recomendados por não ter grande capacidade de filtragem. Já tecidos que não levam muito algodão na confecção, como o jeans, não são interessantes em razão da baixa respirabilidade, segundo a professora.
Bianca Viana
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