A Europa enfrenta há uma semana uma onda de calor extremo que vem causando estragos. As altas temperaturas na última semana, com termômetros em torno de 40ºC, já provocaram pelo menos mil mortes, segundo órgãos de saúde da Espanha e de Portugal. Os países ibéricos, assim como a França, também continuam a combater incêndios florestais que levaram à retirada de milhares de pessoas de suas casas.
A previsão é de que a onda de calor se estenda para além deste final de semana. Segundo meteorologistas, os próximos dias podem registrar novos recordes de temperatura. Veja abaixo a situação em diferentes países.
No sudoeste do país, pelo menos mil bombeiros seguem mobilizados para conter incêndios florestais que já devastaram mais de 10,5 mil hectares deste terça-feira (12) na região de Gironda. Não há registros de vítimas dos incêndios até o momento.
No total, mais de 14 mil pessoas, entre moradores e turistas, foram evacuadas de residências e acampamentos na região. Segundo a RFI, sete centros de alojamento de emergência e uma célula de emergência médico-psicológica foram abertos para apoiar as vítimas.
No sábado (16), o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a primavera foi muito seca e que este ano já contabiliza três vezes mais área de floresta queimada na comparação com 2020.
Ele disse que o país está se beneficiando da "solidariedade europeia" e agradeceu à Grécia pelo envio de aviões que chegaram à França na sexta (15) e outros da Itália que deverão chegar nos próximos dias, de acordo com a emissora alemã Deutsche Welle.
A previsão dos serviços meteorológicos é de que as temperaturas ultrapassem os 40ºC em muitas cidades do interior da França nos próximos dias. Em Paris, isso deve acontecer na segunda e terça-feira. No último alerta meteorológico, 38 dos 96 departamentos do país foram listados em alerta "laranja".
Espanha
No país, a onda de calor, que já dura quase uma semana, causou pelo menos 360 mortes, de acordo com dados do Instituto de Saúde Carlos III, informados pela agência de notícias Reuters.
As altas temperaturas, que chegaram a atingir 45,7ºC, também vem causando grandes incêndios florestais. Neste domingo (17), cerca de 20 deles permanecem fora de controle em diferentes partes do país, segundo a RFI.
Na região da Galícia, mais de 4 mil hectares foram consumidos pelas chamas. Na província de Málaga, cerca de 3 mil pessoas foram evacuadas devido a um grande incêndio nos arredores de Mijas, uma cidade popular entre os turistas do norte da Europa. Em Extremadura, helicópteros despejaram água para tentar conter as chamas que destruíram 3 mil hectares e formaram espessas nuvens de fumaça.
Além do calor, a falta de chuvas está reduzindo os níveis dos reservatórios no país. Na semana passada, os reservatórios tinham apenas 44% de sua capacidade total, abaixo da média de 66% para este período na última década.
Portugal
Segundo o Ministério da Saúde português, 659 pessoas morreram entre 7 e 13 de julho – a maioria delas idosas – por causa da onda de calor.
Na última semana, quase todos os distritos do país estiveram sob alerta vermelho, o mais grave emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A cidade de Lousã, na região central de Portugal, atingiu um recorde de 46,3°C na quarta-feira (13).
"Enfrentamos uma situação quase sem precedentes em termos meteorológicos", disse no sábado (16) André Fernandes, comandante nacional de defesa civil, segundo a DW.
O primeiro-ministro, Antonio Costa, cancelou uma viagem de Estado a Moçambique para ficar e monitorar os incêndios, que já destruíram mais de 30 mil hectares desde o início do ano.
No norte do país, um piloto morreu após a queda de uma aeronave que ajudava no combate às chamas na região de Foz Côa, perto da fronteira espanhola.
De acordo com o último relatório conhecido da proteção civil portuguesa, os incêndios da última semana deixaram dois mortos e cerca de sessenta feridos. Desde o início desta onda de calor mais recente, entre 12 mil e 15 mil hectares de floresta queimaram.
Na manhã deste domingo (17), apenas um grande foco, no extremo norte, foi considerado ativo. De acordo com a proteção civil portuguesa, o incêndio já está "praticamente controlado". Mesmo assim, boa parte do território do país apresentou risco "máximo" ou "muito alto" para incêndios neste domingo.
Reino Unido
O governo britânico realizou neste sábado (16) uma reunião de emergência para coordenar a resposta às altas temperaturas, informa a DW. As autoridades também emitiram um alerta vermelho para calor extremo no início da próxima semana.
O alerta abrange grande parte da Inglaterra na segunda-feira (18) e terça-feira (19), quando as temperaturas poderão chegar a 40°C pela primeira vez no país, representando um risco de saúde adicional, de acordo com o serviço de meteorologia do Reino Unido (MET). O recorde de temperatura britânico é de 38,7°C, registrado em 2019.
As autoridades aconselharam os moradores de Londres a não pegar o metrô ou viajar nos trens regionais nos próximos dias, a menos que seja absolutamente necessário. Como crianças e idosos são particularmente vulneráveis às altas temperaturas, escolas e casas de repouso também foram instruídas a tomar medidas para proteger estudantes e residentes.
Foto: Sarah Meyssonnier/Reuters
Grécia
Segundo a RFI, nos últimos dias bombeiros continuaram a combater um foco de incêndio que começou na manhã de sexta-feira (16), provocando a evacuação preventiva de sete comunidades numa zona rural da ilha de Creta.
Fonte: g1
Walton Carvalho
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