A equipe da Defesa Civil de Campo Maior atente durante todo o ano aos mais variados tipos de ocorrências, como animais silvestres em áreas urbanas, enxames de abelhas, enchentes no período chuvoso e focos de incêndios durante a estiagem. Toda e qualquer ocorrência nesse sentido é a esses homens que recorremos.
O problema é que durante este período mais quente do ano, ocorrem focos de incêndios todos os dias e não apenas em áreas rurais, mas também em áreas urbanas. Somente na manhã desta segunda-feira (12) a equipe precisou combater dois focos, um nas proximidades do prédio do INSS, no centro, e outro na orla do Açude Grande. E diante deste número elevado de ocorrências é impossível não questionar se os brigadistas da Defesa Civil Municipal trabalham com as condições adequadas tanto no que se refere à equipamentos como também ao contingente da equipe.
O EmFoco apurou que a equipe de brigadistas possui apenas 8 integrantes, número pequeno diante de uma cidade com a população e a área territorial de Campo Maior.
A nossa Brigada de Incêndio não possui uma sede própria. Funciona de forma improvisada no andar superior do Terminal Rodoviário Zezé Paz. Os brigadistas não são contratados pela prefeitura. Os mesmos atuam como se fossem voluntários que recebem uma ajuda de custo, uma espécie de ajuda social no valor de mil Reais, menos de um salário mínimo.
Diante de tantas ocorrências em todos os meses do ano, torna-se impossível desenvolver outras atividades que possam complementar esse salário. Sendo assim esses homens que são pais de família trabalham muito, numa atividade que muitas vezes é extenuante, e recebem muito pouco por isso.
Importante destacar também que o Ministério do Trabalho considera insalubre a atividade que expõe o trabalhador a altas temperaturas, ao calor intenso, que é o caso dos brigadistas, que deveriam receber a mais porém acabam recebendo muito menos.
A equipe tem um carro pipa a disposição quando se faz necessário, mas a população se questiona quanto à possibilidade de um incêndio em maiores proporções, se a equipe tem condições de atender e conter as chamas ou se a cidade ficaria na dependência do Corpo de Bombeiros de Teresina.
O fato de Campo Maior ainda não possuir um corpo de bombeiros que atenda o município e as outras cidades do entorno é também bastante questionado pela população.
Não há dúvidas quanto ao esforço dos brigadistas no sentido de atender a todos os chamados e é possível perceber que os mesmos têm se saído bem diante dos desafios. Mas se fez necessário um melhor reconhecimento e valorização do trabalho desses homens em face do trabalho cansativo e perigoso que exercem.
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