A temporada de verão 2023/2024 começou na madrugada desta sexta-feira (22) e promete trazer temperaturas acima da média para boa parte do país — consequência direta do fenômeno climático El Niño.
Nesse contexto de calor intenso, há uma tendência de que os gastos com água e energia elétrica aumentem, com maior número de banhos do que em épocas mais frias e com uso mais frequente de aparelhos como ventilador e ar-condicionado.
Especialistas ouvidos pelo g1, no entanto, pontuam que é possível economizar dinheiro nas contas de água e luz, fazendo um uso inteligente desses recursos.
Como resfriar a casa sem gastar muita energia?
O ar-condicionado, um dos favoritos para o resfriamento de ambientes, é também um aparelho com alto consumo de energia: a cada 1ºC mais baixo, existe um gasto cerca de 10% mais elevado do consumo de energia, lembra o líder de Educação Financeira da Rico, Thiago Godoy.
Para quem pensa em comprar um ar-condicionado, o educador comenta que é necessário levar em conta exatamente quais são as necessidades do espaço, para não comprar um que utilize mais energia que o necessário.
Deve entrar na conta
O tamanho do ambiente a ser climatizado;
A eficiência energética do aparelho;
As características do clima local.
Em caso de dúvidas sobre qual o equipamento é o mais apropriado para o espaço, vale falar com profissionais para tomar uma decisão mais acertada. Além disso, Godoy destaca que os aparelhos com selo Procel de eficiência energética podem trazer uma economia no longo prazo.
“Para economizar energia, utilize o ar-condicionado com sabedoria. Ajuste a temperatura para um nível confortável, evite variações bruscas e desligue o aparelho quando o ambiente estiver desocupado. O uso de dispositivos de programação, como timers, pode ser uma opção eficaz para automatizar esses ajustes”, comenta Godoy.
Gustavo Sozzi, presidente da fornecedora Lux Energia, compartilha do ponto de vista e aconselha o consumidor a optar por uma temperatura moderada, evitando excesso de frio.
Para que o ar-condicionado não precise ficar numa temperatura tão baixa, Sozzi pontua que é importante bloquear o calor solar com cortinas ou persianas, mantendo a casa naturalmente mais fresca. Manter vidros ou janelas fechados também ajudam, já que impedem a entrada de ar mais quente e seguram a temperatura mais fria no ambiente.
Com janelas e cortinas fechadas, o especialista da Lux Energia comenta que “ventiladores de teto ou portáteis também podem ser eficazes para refrescar ambientes, consumindo menos energia que o ar-condicionado”.
Thiago Godoy ainda traz outra dica: é possível deixar o ar numa temperatura mais amena e combinar com o uso de ventiladores, um combo que gasta menos energia do que deixar o aparelho numa temperatura muito mais fria.
OUtras atitudes que podem reduzir o consumo
Ainda para quem opta por um ar-condicionado, outros cuidados podem ajudar no controle do consumo de energia. Godoy destaca que uma instalação adequada é fundamental para o bom funcionamento do ar-condicionado.
“Contrate profissionais qualificados para garantir a correta fixação, vedação e isolamento do sistema. Isso não apenas prolonga a vida útil do aparelho, mas também evita vazamentos de ar, otimizando o consumo de energia”.
Também vale pontuar que a manutenção preventiva do equipamento, com limpeza regular dos filtros e verificações periódicas do sistema, reduz o esforço do aparelho para resfriar o ambiente.
Para além dos gastos de energia para resfriar o ambiente, Gustavo Sozzi, da Lux Energia, comenta que a própria escolha de lâmpadas pode ajudar a reduzir o consumo e baratear a conta de luz no fim do mês.
“Prefira lâmpadas LED, que consomem menos energia e emitem menos calor”, afirma o especialista.
DICA EXTRA: Esse ponto não tem relação direta com energia elétrica, mas para consumidores com chuveiro a gás em casa, é importante reduzir a temperatura em temporadas de calor. É comum que as pessoas mantenham a temperatura de dias mais frios, mas abram o registro de água fria para diminuir o calor da água. Essa prática, além de gastar mais gás que o necessário, também eleva o consumo de água.
Práticas para estabelecimentos comerciais
Gustavo Sozzi também aponta algumas recomendações para que estabelecimentos comerciais — dos pequenos aos grandes negócios — consigam fazer alguma economia de consumo e gastos com energia:
- Manutenção de sistemas de refrigeração: assim como nos ambientes domésticos, é importante realizar as limpezas e verificações regulares nos sistemas de ar-condicionado para garantir a máxima eficiência energética;
- Maximização da luz natural: vale a pena investir no uso de luz natural através de janelas e claraboias dentro do estabelecimento, para aproveitar a iluminação diurna e reduzir a demanda por iluminação artificial;
- Isolamento térmico: um melhor isolamento para paredes e tetos, visando manter a temperatura interna controlada, também reduz o consumo;
- Conscientização dos funcionários: a conscientização sobre economia de energia no ambiente de trabalho entre os funcionários pode fazer a diferença.
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