A comunidade quilombola piauiense Macacos, situada na cidade de São Miguel do Tapuio, foi reconhecida pelo Incra por meio da Portaria nº 532, publicada no DOU de 5 de julho (sexta-feira), para fins de acesso às políticas públicas do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA).
Com o reconhecimento, foi autorizado o início do processo de análise para inserção das 65 famílias como novas beneficiárias. Todas as comunidades quilombolas são tituladas pelo Instituto de Terras do Piauí (Interpi), possibilitando a aprovação das propostas de inclusão das unidades familiares pelo Incra.
História
No território, com área de 2,7 mil hectares, residem 65 famílias. Elas vivem da criação de aves, suínos, caprinos, ovinos e bovinos; do extrativismo de fibras, frutos e plantas medicinais; e da plantação de milho, feijão, mandioca e caju.
Os primeiros moradores teriam vivido em regime de escravidão na Fazenda Canabrava, nas proximidades do município de São Miguel do Tapuio, de onde teriam migrado (ou fugido), no final do século XIX, para a localidade do Olho d'Água dos Macacos, dando origem ao nome da comunidade quilombola. As casas, umas em estilo tradicional e outras mais modernas com banheiro e energia elétrica, foram construídas pelos próprios moradores, com tijolos e telhas de barro fabricados por eles.
No local, foram construídas duas casas de farinha de uso coletivo, com a produção de goma e farinha para o consumo interno; já as cascas e a crueira são utilizadas na alimentação das aves e suínos. Sítios arqueológicos, com pinturas rupestres, são encontrados na região. Os moradores mantêm as manifestações culturais, como reisado, tradição antiga transmitida de geração a geração, uso de ervas medicinais, benzedeiras, rezadeiras e curandeiros.
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