O ex-BBB Felipe Prior é réu em mais um processo pelo crime de estupro após a Justiça de São Paulo aceitar uma nova denúncia do Ministério Público (MP) contra ele. Ele já foi condenado a oito anos de prisão em regime semiaberto, quando precisa apenas dormir na cadeira, por outro estupro cometido em 2014, mas ainda pode recorrer da decisão.
A denúncia do novo caso foi oferecida pelo MP em maio de 2023 e aceita pela Justiça em junho de 2023. O processo está sob sigilo.
Na última semana, o MP apresentou suas alegações finais — o último momento processual em que as partes apresentam seus argumentos antes da sentença. A defesa do réu ainda não se manifestou.
Segundo as alegações finais apresentadas na última quarta-feira (11), durante uma viagem em fevereiro de 2015, na cidade de Votuporanga, interior de São Paulo, Prior forçou relação sexual com a vítima dentro de uma barraca.
"No dia dos fatos, o acusado passou a beijar e a passar as mãos pelo corpo da vítima quando estavam na piscina, na presença de outras pessoas, o que deixou a ofendida constrangida, de modo que saíram dali e foram para uma barraca", narra o Ministério Público.
Veja o trecho abaixo, que faz parte do relatório do MP, onde descreve atos de violência sexual.
"Na barraca onde a vítima dormia, sendo que a vítima estava de biquíni e o acusado de sunga, este foi rapidamente tirando sua roupa e forçou a cabeça da ofendida contra seu pênis para que ela fizesse sexo oral, sendo que o pênis do acusado chegou a tocar na boca da vítima. A vítima imediatamente falou que não queria e empurrou o acusado. Contudo, aproveitando-se de sua força física, de seu peso e de seu tamanho, o acusado deitou a vítima e deitou-se sobre ela, colocando apressadamente uma camisinha no seu pênis. A ofendida disse não, que não iria transar com o acusado, sendo que ele não a ouvia e usou a força do peso do corpo dele, a configurar a violência, mantendo a ofendida imobilizada, para penetrar seu pênis na vagina da vítima, que sentiu dor, diante da total ausência de lubrificação", diz o relatório da instituição.
Segundo depoimentos da vítima e de testemunhas, Prior interrompeu a ação quando ouviu que uma amiga da ofendida estava indo em direção à barraca. Nesse momento, ela teria conseguido empurrar o acusado e se livrar da violência.
Em depoimento, Felipe Prior confirmou que praticou sexo com a vítima, mas negou o emprego de violência e afirmou que a relação sexual foi consentida.
Argumentos do Ministério Público
"Não obstante, a materialidade, ou seja, a existência do fato, assim como a autoria, ficou demonstrada pela prova oral coligida, especialmente pelo seguro depoimento da vítima e pelo interrogatório do réu, que não negou ter mantido conjunção carnal com a vítima", destacou o Ministério Público.
"O réu tenta fazer crer que a vítima teria inventado os fatos porque ficou enciumada por ele ter ficado [com outra mulher] no mesmo dia e até o final do evento carnavalesco. [...] os fatos somente foram revelados pela ofendida anos após o ocorrido, depois que a vítima tomou consciência efetiva de que tinha sido vítima de estupro e que não teve qualquer culpa pelo ocorrido. Se ela quisesse inventar os fatos para prejudicar o réu, por ter se sentido enciumada, ela teria feito isso naquela oportunidade".
"Inventar fatos tão graves, por razões tão banais, não parece condizer com a personalidade da vítima. [...] Os fatos somente foram revelados pela vítima às autoridades após ela saber que o réu tinha praticado fatos semelhantes com outras mulheres, inclusive, valendo-se do mesmíssimo modus operandi", escreveu o promotor.
Caso de 2014
Na última terça-feira (10), o Tribunal de Justiça de São Paulo aumentou a pena de Felipe Prior em outro caso em que ele foi condenado pelo crime de estupro. Em decisão unânime, os desembargadores decidiram que o ex-BBB deverá cumprir 8 anos de prisão no regime semiaberto.
•De acordo com o processo desse caso, Prior teria dado carona à vítima e a uma amiga após uma festa universitária em agosto de 2014;
•Depois de levar a outra colega em sua residência, Prior seguiu em direção à casa da vítima;
•Em uma rua próxima à casa da mulher, Prior teria começado a beijá-la, passar a mão em seu corpo e puxado a vítima para o banco traseiro;
•Prior, então, teria estuprado a vítima, que não conseguiu oferecer resistência pois estava alcoolizada.
Fonte: G1
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