Três Poemas de Terror e Morte
Boa noite, mórbido(a) Leitor(a)!
O medo é o gigante da alma de muita gente. Seja corajoso(a),venha comigo e aceite este convite para descer ao porão do abismo humano pela última vez, antes que você se vá e não exista mais...
CArne DAda aos VERmes
Eu estava morto,
Eu bem me lembro
O verme roer minhas
Pobres carnes podres.
O caixão, sete palmos,
Muito bem fechado.
Eu me lembro bem
Como se fosse hoje.
Minhas carnes amargas
Os vermes comeram.
Beberam todo o pus,
Vomitaram destroços.
Meu corpo podre fez
Os bichinhos doentes
Como eles me fizeram
Um bagaço de ossos.
Tamanha bioquímica
Era o meu sepulcro:
Fui reduzido ao pó
Das cinzas do nada.
Só me restou o riso
No frio da noite rubra,
Riso tosco de minha
Alma encaveirada...
NA COZINHA DO INFERNO
Na Cozinha do Inferno o diabo não é rei
Quem manda lá sou eu!
Lá o sangue corre que nem vinho
- Sangue dos inimigos -
O caldeirão ferve direto
E você não tem tempo de rezar.
A noite é uma eterna amaldiçoada
O medo é a bebida preferida dos suicidas
Sua sombra é o seu pior inimigo mais íntimo.
A guerra é higiene daquele mundo
E pra você vencer a guerra
Você tem que ser a guerra.
Eis a Cozinha... Saia do Quinto dos
Infernos e vá para a Cozinha.
Medo do demônio? O que é isso!
Se o diabo ainda existir,
Eu vou cuspir na cara dele.
Sim, Amigo Maldito, vá para a Cozinha do Inferno...
Vá e leve a sua Alma...
URUBU
Rasga-me o céu o negro manto-medo
O urubu leva meus pensamentos ânions
Mas eu sento que esta ave sobrevoa
Esses ocos buracos de meu crânio.
Meu catarro verde-viral ainda fede
Cheira à lama o suor da desgraça
Meu ventre é corroído pelo verme
Verme íntimo de minha vil carcaça.
Seca a saliva mucosa de minha boca
Meu vômito na mesa atrai moscas
A ave cheira a alma da putrefação.
E avança para comer da carnificina
Beber do pus que o homem abomina
E do suco de sangue de meu coração.
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