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  16:52

Três Poemas de Terror e Morte

Estes versos, escritos na adolescência e amaldiçoados pelo tempo, vêm à lume para assustar o Dia das Bruxas

 Fonte: Google Imagens

Boa noite, mórbido(a) Leitor(a)!

O medo é o gigante da alma de muita gente. Seja corajoso(a),venha comigo e aceite este convite para descer ao porão do abismo humano pela última vez, antes que você se vá e não exista mais...

CArne DAda aos VERmes

Eu estava morto,

Eu bem me lembro

O verme roer minhas

Pobres carnes podres.

O caixão, sete palmos,

Muito bem fechado.

Eu me lembro bem

Como se fosse hoje.

 

Minhas carnes amargas

Os vermes comeram.

Beberam todo o pus,

Vomitaram destroços.

Meu corpo podre fez

Os bichinhos doentes

Como eles me fizeram

Um bagaço de ossos.

 

Tamanha bioquímica

Era o meu sepulcro:

Fui reduzido ao pó

Das cinzas do nada.

Só me restou o riso

No frio da noite rubra,

Riso tosco de minha

Alma encaveirada...

 

NA COZINHA DO INFERNO

Na Cozinha do Inferno o diabo não é rei

Quem manda lá sou eu!

 

Lá o sangue corre que nem vinho

- Sangue dos inimigos -

O caldeirão ferve direto

E você não tem tempo de rezar.

 

A noite é uma eterna amaldiçoada

O medo é a bebida preferida dos suicidas

Sua sombra é o seu pior inimigo mais íntimo.

 

A guerra é higiene daquele mundo

E pra você vencer a guerra

Você tem que ser a guerra.

 

Eis a Cozinha... Saia do Quinto dos

Infernos e vá para a Cozinha.

 

Medo do demônio? O que é isso!

Se o diabo ainda existir,

Eu vou cuspir na cara dele.

 

Sim, Amigo Maldito, vá para a Cozinha do Inferno...

Vá e leve a sua Alma...

 

URUBU

Rasga-me o céu o negro manto-medo

O urubu leva meus pensamentos ânions

Mas eu sento que esta ave sobrevoa

Esses ocos buracos de meu crânio.

 

Meu catarro verde-viral ainda fede

Cheira à lama o suor da desgraça

Meu ventre é corroído pelo verme

Verme íntimo de minha vil carcaça.

 

Seca a saliva mucosa de minha boca

Meu vômito na mesa atrai moscas

A ave cheira a alma da putrefação.

 

E avança para comer da carnificina

Beber do pus que o homem abomina

E do suco de sangue de meu coração.

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