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Nota Biográfica: Monsenhor Raymundo Gil da Silva Brito (1855-1919)

 

Prelado da Casa Pontifícia e 1º Administrador do Bispado do Piauí, confirmado pela Nunciatura Apostólica em 24 de janeiro de 1911. Nasceu a 14 de maio de 1855, 2ª feira, na Fazenda "Espírito Santo", na Vila do Menino Deus de Natal-Pl, onde foi batizado pelo Padre Mamede Antônio de Lima, 1º Pároco de Teresina, a 19 de setembro de 1855. 

​Crismado pelo 17º Bispo do Maranhão, o 1º Bispo a visitar a nova capital, Dom Manuel Joaquim da Silveira, em novembro de 1859, na inacabada Matriz do Amparo. Estudou no Seminário Episcopal do Ceará (Seminário da Prainha), em cuja capela foi ordenado a 07 de novembro de 1880, domingo, pelo 19° Bispo do Ceará, Dom Luís Antônio dos Santos. 

O neo-sacerdote Raymundo Gil, com 25 anos, é logo convocado por seu bispo Dom Antônio Cândido de Alvarenga, para ser professor de Teologia Moral no Seminário Santo Antônio, em São Luís-MA. Cônego da Catedral do Maranhão, Vigário de Matões (MA) e Pároco da Igreja de Nossa Senhora das Dores, em Teresina. 

Fazendeiro rico. Desapegado da fortuna. Pai dos pobres. Alma sacerdotal. Silencioso. Comedido no dizer. Mais ainda no fazer. Balança de equilíbrio na criação dolorosa da Diocese do Piauí, ao lado do irrequieto amigo Monsenhor Lopes, junto ao Episcopado brasileiro. 

Com esmero preparou a posse de Dom Octaviano (2° Bispo do Piauhy), que o nomeou seu Vigário Geral, Procurador dos Bens da Mitra e Professor de Teologia no nosso seminário (SANTOS NETO, 2018).

Sobre a grandeza apostólica e missionária de Monsenhor Gil, o jornalista católico Elias Firmino de Sousa Martins, em 1917, escreveu dentre os seus louvores aos mais ilustres membros do clero piauiense:

Do sólio da igreja de S., Benedicto, durante anos, monsenhor Raymundo Gil da Silva Britto, parocho da freguezia de N. S. das Dores, sustentou a mais galharda das campanhas contra as seitas dissidentes, frustrando-lhes os periódicos avanços.

Dispunha ele de dotes assinalados, propícios a execução da empresa. Membro de considerada e numerosa família, filho do lugar, de vida irrepreensível e laboriosa, substituiria frei Serafim no coração do povo, saudoso sempre do seu capuchinho.

Mas o que constituía a grandeza de sua força era a autoridade e método do ensino, vazado em práticascristalinas, de aprazível sabor, caindo no seio das multidões, como cousas singelas, tão claras e perceptíveis, que as próprias crianças se deleitavam, sentindo nelas o mel dos contos maternos.

Nada de lances fulgurosos, de figuras oratórias e jogos teatrais; tudo catecismo, na beleza dos apólogos, na frase límpida do Mestre, a correr pelo recinto, igual e persuasiva, horas despercebidas e breves.

Ao ouvi-lo, dizia um gênio malogrado, Anízio de Abreu, em franca explosão: “prefiro-o aos grandes oradores”.

Seus serviços, cobertos de copiosos frutos, deram-lhe tempos adiante o múnus glorioso de missionário do extremo Sul do Estado, no desempenho do qual honrou os passos dos antecessores (MARTINS, 1917).

Descansa o sono dos justos, sepultado na matriz de sua terra natal, hoje, cidade de Monsenhor Gil-Pl.

Referências:

(SANTOS NETO, Antônio Fonseca; LIBÓRIO, Paulo de Tarso Batista. OCTAVIANO. Teresina: Nova Fronteira. 2018. (Sucessores dos Apóstolos em Teresina. Vol. 2).

MARTINS, Elias. Frei Serafim de Catânia. – Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1917.

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