Sósia arranca aplausos ao aparecer em velório de Belchior
Ele brinca que, se alguém trouxer um violão, se arrisca a cantar alguma canção
Palmas interrompem o zunzunzum em torno do corpo de Belchior. Pessoas sorriem para o recém-chegado. Um sujeito de baixa estrutura, mais osso do que pele, cabelos de sobra nas laterais e ausente no topo da cabeça. Tem um bigode preto, espesso, pendurado no nariz comprido.
Trata-se de José Edson de Carvalho, de 63 anos. Mas chame-o de Belchior, que ele não se importa. Até gosta.
Ambulante, ele mora na comunidade próxima ao Centro Cultural Dragão do Mar, na praia de Iracema, em Fortaleza. A noite, ele vende cerveja, água e refrigerante nas proximidades do espaço. Ganhou o apelido de funcionários do próprio centro e adotou pra si.
"Pode até me chamar de Bel. Todos me chamam assim", diz. Nas ruas, ele diz ser abordado constante para fotos. "Ontem (domingo, 30), posei para umas 50 fotografias", ele avalia.
Ele brinca que, se alguém trouxer um violão, se arrisca a cantar alguma canção. Do Belchior, a favorita dele é Apenas um Rapaz Latino Americano, lançada no disco Alucinação, de 1976.
A fama do sósia de Belchior é grande. Na área aberta do Centro Cultural Dragão do Mar, José Edson deu entrevistas e posou para fotos. "Vim me despedir dele uma última vez", contou. "Tiramos algumas fotos, eu e Belchior, mas nunca tive alguma comigo."
O corpo de Belchior será velado até às 7h. A partir desse horário, no mesmo centro cultural, será realiza da uma missa em homenagem ao músico. O corpo será então levado para o cemitério Parque da Paz e enterrado às 9h.
Fonte: Estadão
Por Otávio Neto
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