A mãe da menina recém-nascida encontrada morta após ser jogada em uma lixeira do 6º andar, em Santos, no litoral de São Paulo, trocou mensagens de texto momentos antes com o pai do bebê antes do crime. Segundo a polícia, ela teria demonstrado insatisfação com a filha e dito não querer 'mais uma boca para comer'. Ela segue presa preventivamente pelo crime de homicídio qualificado.
O crime aconteceu na manhã de quinta-feira (28). O corpo foi localizado por um catador de latinhas que revirava o lixo, no bairro Gonzaga. Segundo a Polícia Civil, conversas mantidas pelo aplicativo de mensagens WhatsApp dão conta de que, antes do crime, a mãe da criança deu a entender que não a queria por motivos financeiros.
"Havia uma conversa na qual ela dizia que eles ‘não tinham condições de criar mais uma boca’. Ele chegou a sugerir que ela fosse embora para Ribeirão Preto. Depois, diz 'você matou minha filha', seguido de 'se livra disso'", afirmou o delegado responsável pelo caso, Renato Mazagão Júnior.
Criança foi lançada em fosso (esq.) e caiu em lixeira 6 andares abaixo (dir.)
As equipes do Setor de Homicídios da Delegacia Antissequestro (Deas) de Santos, a princípio, não trabalham com a hipótese do pai ter participado do crime. Ele teria apenas auxiliado na fuga da ex-companheira, pedindo um veículo por aplicativo para transportá-la, junto com a filha de três anos, para Praia Grande, no litoral paulista, onde também tem um imóvel.
O rapaz foi localizado após um recibo de compra ter sido achado dentro do saco onde a criança estava. O papel acusava a compra de fraldas descartáveis em uma farmácia próxima. Lá, câmeras de monitoramento auxiliaram na identificação. No mesmo dia, ele foi achado nas redondezas do prédio onde vivia com a ex-mulher e a outra filha.
"No momento da abordagem, inicialmente, ele negou saber de algo. Depois de conversas e alguma insistência, afirmou que a ex estava com a filha em outro apartamento da família. Chegando lá, o porteiro do prédio chegou a dizer que não havia ninguém no local", explica Mazagão.
A mãe foi presa preventivamente pelo crime de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Já o pai chegou a ser preso, mas já foi liberado, decisão que foi acompanhada pelo Ministério Público. Ele foi indiciado por favorecimento pessoal.
Da Redação
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