O motorista do carro sobre o qual a criança de 3 anos caiu da janela do quinto andar de um prédio na Avenida Corifeu de Azevedo Marques, no Jaguaré, na Zona Oeste de São Paulo, disse que a menina chegou a 'subir dois metros' depois de bater no capô e no para-brisas do carro e depois caiu no chão. E que 'foi um milagre' ver que a menina ficou bem depois de tudo o que aconteceu.
A polícia investiga se a mãe de 29 anos jogou a menina da janela. A mãe e a menina estão internadas no Hospital das Clínicas. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que, mesmo internada, a mulher foi presa em flagrante por tentativa de homicídio e incêndio. A SSP informou também que a mãe será encaminhada para audiência de custódia, para saber se permanece presa ou não, após alta médica.
"Tenho um sentimento de felicidade de ver a menina tão bem depois de uma cena tão chocante. É uma coisa inacreditável."
"Pensei que fosse um cadeira", disse Carlos Alberto Agili Júnior em entrevista à GloboNews. "Foi um milagre. A menina está bem se você ver o meu carro como ficou não dá para falar que a menina está tão bem assim."
Júnior estava chegando do supermercado com a esposa quando a criança caiu sobre seu carro.
"Quando estávamos chegando em casa, no minuto que fui guardar o carro em nossa vaga a menina caiu", afirmou.
"Pensei que fosse uma cadeira, menos uma pessoa. Não deu para ver. Assim que ela caiu no vidro o corpo voou um dois metros para cima. Ela quicou igual uma bola. Quando ela caiu no chão ela ficou desacordada uns três segundos. Ela abriu os olhos e veio em direção a mim. Fiquei com tanto medo. Nunca vi uma cena assim. Minha esposa, que é cadeirante, pegou ela no colo mostrou uns vídeos infantis começou a conversar e ela não sentia nenhuma dor."
Segundo o motorista, ele viu quando a mãe de menina se debruçou na janela do apartamento.
"A mãe estava tentando pular em segunda. Fiz o máximo, tentei convencer para que ela não pulasse. Fala coisas sem nexo, ela estava com problemas psiquiátricos. Entrei na viagem dela e ela começou a se acalmar as coisas mais ou menos."
O morador disse que a mãe morava no condomínio há três meses e teria se separado do marido.
A avó da criança deverá depor para dizer se a filha sofria de problemas psiquiátricos.
Como foi o caso
A Polícia Militar foi chamada por volta de 0h30 desta sexta-feira (24) e a informação que chegou para os policiais, por meio do serviço 190, era de que a criança tinha sido jogada pela mãe, uma mulher de 29 anos. A PM afirmou que a menina estava dormindo na hora da queda.
O policial militar Daniel César Garcia, que esteve na hora da ocorrência, disse que chegou a conversar com a criança após a queda. "Perguntei se ela se lembrava do que tinha acontecido, ela me disse que não, que tava dormindo e que só acordou quando chocou com o carro".
Enquanto a menina era socorrida, a mãe estava trancada sozinha no apartamento e os bombeiros tentaram negociar a saída dela. Por volta das 2h30, a mulher colocou fogo nas cortinas da casa. Garcia disse que, quando os bombeiros tentaram entrar no apartamento para evitar o incêndio, a mulher pulou pela janela.
Segundo a polícia, mãe e filha foram levadas para o Hospital das Clínicas (HC). A criança teve ferimentos leves por conta do impacto contra o para-brisa do carro na hora da queda. Por volta das 12h10, a menina havia saído do pronto-socorro do HC e tinha sido encaminhada para o Instituto da Criança, também pertencente ao hospital. O quadro dela permanecia estável.
A mãe estava inconsciente quando foi resgatada; o Hospital das Clínicas afirma que ela está com múltiplas fraturas e em estado grave.
Fábio Wellington
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