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  08:32

Família é presa sob acusação de morte de bebê em ritual religioso e ocultação do corpo em Teresina

Inicialmente o crime foi divulgado como desaparecimento e sequestro da criança

 Imagem: Reprodução/RP50

A Polícia prendeu na noite desta segunda-feira (21), em Teresina, o pai, a mãe e os avós paternos de Wesley Carvalho Ferreira, de 1 ano e 10 meses desaparecido desde o último 29 de dezembro de 2021. O caso só chegou ao conhecimento das autoridades policiais em 9 de fevereiro e passou a ser divulgado na imprensa piauiense por volta do dia 15 de fevereiro.

Inicialmente o crime foi divulgado como desaparecimento e sequestro de criança, uma vez que a mãe do bebê, Ângela Valéria Ferreiro, teria relatado que Wesley teria sido sequestrado por bandidos armados e encapuzados na Praça da Bandeira, Centro da capital, quando estavam ela e o marido presentes. 

A partir de então, a Polícia Civil, através da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), deu início às investigações sobre o caso. Diligências foram realizadas no sentido de localizar os supostos sequestradores.

Na noite desta segunda-feira, porém, foram presos Ângela, o pai e os avós de Wesley. Todos foram conduzidos para a Central de Flagrantes, onde prestaram depoimento. A reportagem do RP50 conseguiu apurar que a versão do suposto sequestro foi descartada. A criança teria morrido queimada em uma caieira, forno artesanal usado na fabricação de carvão vegetal.. Seu corpo, contudo, ainda não foi localizado.

No curso das investigações, já foram ouvidos pela Polícia, desde vizinhos a familiares. Perícias foram realizadas também na residência onde os pais de Wesley moravam na zona rural.

De acordo com o delegado Matheus Zanatta, Gerente de Polícia Especializada, as investigações apontam que a criança foi morta em um ritual. “A Polícia Civil fez várias diligências no final de semana no caso da criança sequestrada e conseguiu progredir nas investigações cumprindo quatro prisões temporárias , sendo do pai, da mãe e dos avós da criança. Eles já foram interrogados e existe alguns fatos obscuros e controversos que precisam ser esclarecidos. A polícia descarta a hipótese de sequestro e trabalha com outras linhas de investigação e uma delas é que a família da vítima ficou em jejum por duas semanas orando e depois sacrificou a criança, colocando fogo no seu corpo”, disse.

Início do caso 

O caso veio à tona quando a tia da criança, Socorro Ferreira, decidiu visitar a irmã Ângela no sentido de levá-la junto com o sobrinho para ver a avó do garoto, que se queixava de saudades do neto. Contudo, chegando ao povoado Santa Teresa, na zona rural do município de Altos, a mulher não encontrou a irmã em casa. Ela havia se mudado para a Vila Uruguai. 

Socorro então conseguiu o novo endereço e lá chegando soube que Wesley estava sumido. Ângela contou à irmã a história do sequestro e disse que não prestou queixa na delegacia porque estaria sendo ameaçada pelos supostos sequestradores. 

Dessa forma, Socorro tomou iniciativa e formalizou a denúncia, já mais de 40 dias após o sumiço da criança. Com a Polícia Civil investigando o caso, delegados passaram a considerar a possibilidade de homicídio com ocultação de cadáver.

 

Fonte: RP50 e Portal R10

 

 

Walton Carvalho

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