Um vídeo de uma cadela amarrada no telhado de uma casa em Teresina causou a reação precipitada de entidades protetoras de animais, que o divulgaram como se fosse uma cena de maus-tratos contra a cachorra de apenas cinco meses.
Segundo o delegado Willame Moraes, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, um veterinário examinou a cachorra e descartaram qualquer maus-tratos contra ela. O animal estaria com a coleira enrolada em si mesma, e por isso estava encurtada. Além disso, teria ficado cerca de 20 minutos amarrada até ser novamente solta pelos donos.
O vídeo foi feito na manhã de quinta-feira (2). A vizinha da casa teria ouvido a cachorra latindo e decidiu filmar. Nas imagens de poucos segundos, a cadela parece estar se asfixiando.
Em seguida, enviou o vídeo para protetores de animais, que o compartilharam nas redes sociais, afirmando que a cadela era vítima de maus-tratos.
"A vizinha ouviu os latidos e estranhou. Foi até o muro de casa e viu a cena, ficou chocada e filmou. Porque o vídeo realmente é chocante. Ela se precipitou ao compartilhar o vídeo. Logo depois que ela enviou o vídeo, a cadela já parou de latir", comentou o delegado Willame Costa
Caso será arquivado
Durante a quinta-feira, equipes do Batalhão Ambiental da Polícia Militar e da Delegacia do Meio Ambiente estiveram na casa e constataram que a cadela não foi vítima de maus-tratos.
"Nós levamos também um veterinário, que examinou a cadela e viu que ela estava bem, não sofreu maus-tratos. E emitiu um laudo, afirmando isso. Esse caso vai ser arquivado", disse o delegado.
Após a visita da Polícia Civil, a vizinha e o tutor do animal foram até a Delegacia de Meio Ambiente, onde prestaram depoimento. A vizinha se declarou arrependida, e com receio de ter prejudicado a vida do tutor.
Medo de represálias
Em contato com o g1, o tutor da cadela, que não será identificado, disse estar com medo de sofrer represálias por conta da denúncia.
"Eu e meu irmão estamos com medo até ir até a calçada. Hoje eu não saí para trabalhar por conta disso", contou o tutor.
Ele disse ainda que ele e a vizinha conversaram, e que ela lhe pediu desculpas.
"Ela conversou comigo, chorou bastante, sabe que fez um mal. Eu só quero que as pessoas saibam da minha inocência", desabafou o tutor.
Lei proíbe acorrentamento contínuo de animais
Em janeiro, o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (Republicanos), sancionou uma lei que proíbe o acorrentamento contínuo de animais. A lei estabelece que eles não sejam colocados em local impróprio a movimentação e a descanso.
"Sem luz solar, alimentação, hidratação e oxigenação adequados, acorrentamento de forma ininterrupta, que impeça sua livre mobilidade para atos de sua sobrevivência", diz o texto.
FONTE/CRÉDITOS: G1 PIAUÍ
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