Facebook
  RSS
  Whatsapp

  04:59

Pai e avós paternos de bebê que teria sido morto durante ritual vão a júri popular

 

O pai e os avós paternos do bebê Weslley Carvalho Ferreira, que teria sido morto durante ritual, vão a júri popular pelo crime de homicídio e ocultação de cadáver. A sentença foi dada nessa segunda-feira (17) pelo juiz Ulysses Gonçalves da Silva Neto, da Comarca de Altos.

Na decisão, o juiz decidiu pela absolvição da mãe da criança, Ângela Valéria. Sete pessoas, entre os pais e os avós da criança, foram indiciadas pela morte da criança, que teria ocorrido em dezembro de 2021.

O advogado de defesa, Smailly Carvalho, contou que a mãe foi absolvida por falta de provas e indícios de participação dela no crime. Ele informou que vai recorrer do pronunciamento do júri do pais e dos avós paternos.

"Vamos recorrer da decisão. O pai e os avós deveriam ser absolvidos também. A polícia não trouxe nenhuma prova que houve um crime de homicídio, poderia ter sido o sequestro ou adoção que não foram investigados. Não acreditamos que a criança morreu em um ritual ou queimada, são inexistentes as provas dessas versões", declarou.

Ao todo, 11 pessoas foram presas na morte do bebê Wesley. Os pais da criança foram os últimos a serem soltos e desde outubro do ano passado eles cumprem medidas cautelares.

Durante a investigação, a família informou que a criança morreu durante um ritual e o corpo foi jogado em uma caieira [cova rasa destinada à produção de carvão], em um sítio na cidade de Altos, Norte do Piauí. Em depoimento, o pai confessou ter cremado o próprio filho, logo após o bebê desmaiar nos braços da mãe, porque estava há duas semanas sem se alimentar.

Investigação

No dia 9 de fevereiro de 2022, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) abriu um inquérito para apurar o desaparecimento da criança. A primeira versão, que foi apresentada pela família, era de que Weslley teria sido sequestrado no Centro de Teresina em 29 de dezembro de 2021.

A primeira hipótese foi descartada pela polícia que, em seguida, pediu a prisão dos pais e dos avós paternos do bebê devido às irregularidades nos depoimentos deles. Os quatro mandados de prisão temporárias foram cumpridos no dia 21 de fevereiro.

Uma segunda versão, contada pela mãe de Wesley, é de que o menino teria caído em um poço no local onde os pais moravam. Segundo a mulher, o marido e os sogros presenciaram o acidente. A hipótese foi investigada e também descartada.

A avó materna de Weslley, Maria Lúcia, contou que a filha Ângela [mãe do bebê] foi obrigada pelos sogros a mentir sobre o desaparecimento da criança. Ângela contou que o filho morreu nos seus braços, quando ela estava participando de um ritual na casa dos sogros. Todos os participantes, inclusive o bebê, estavam há duas semanas sem se alimentar.

Ainda em fevereiro do ano passado, policiais civis fizeram buscas por vestígios que pudessem ajudar nas investigações sobre o desaparecimento de Wesley Carvalho Ferreira, mas os restos mortais não foram encontrados. A diligência ocorreu em um sítio no Povoado São Bento.

Fonte/Créditos: g1

Mais de Polícia