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  09:20

Maceió está em alerta máximo para desabamento; entenda o caso

 

A cidade de Maceió (AL) está em alerta para o risco iminente de colapso na mina 18 do município, que é operada pela Braskem. Segundo a Defesa Civil, a área pode colapsar a qualquer momento.

Ainda de acordo com a Defesa Civil, até o início da tarde de sexta-feira (1º), o solo no local afundava a uma velocidade aproximada de 2,6 centímetros por hora. Até o meio-dia, o deslocamento vertical acumulado na área da mina era de 1,42 metro.

Na quarta-feira (29), a prefeitura instalou um gabinete de crise para acompanhar a situação. A decisão foi tomada depois que os tremores de terra se intensificaram no entorno da mina, em uma área já desocupada e próxima ao antigo campo do CSA, time de futebol da cidade.

Na sexta, em entrevista à CNN, o prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), classificou a situação no município como “a maior tragédia urbana do mundo”. Também na sexta, o governo federal reconheceu estado de emergência em Maceió.

Alertas da Defesa Civil

Ao longo da semana, moradores do bairro Mutange receberam alertas da Defesa Civil por SMS informando para que deixassem a região e procurassem local seguro.

Pelas redes sociais, o governo de Alagoas publicou um guia com medidas de segurança para a população seguir “agora e depois do colapso”.

De acordo com a prefeitura, as ações emergenciais incluem o acolhimento facultativo de pessoas em áreas de risco, que serão abrigadas em escolas municipais, além da entrega de kits dormitórios, de higiene e de limpeza pessoal, além de cestas básicas e água.

O que causou o afundamento do solo?

De acordo com a prefeitura, a “instabilidade do solo foi provocada pela atividade de mineração da Braskem em 35 minas na região”.

A gestão municipal informa que “até 2019, a empresa fazia extração inadequada de sal-gema”. Esse material é utilizado pela indústria química para fabricação de soda cáustica e PVC.

Segundo o governo de Alagoas, cinco abalos sísmicos foram registrados na região somente neste mês de novembro. O desabamento da mina pode ocasionar a formação de grandes crateras na região, além de provocar um efeito cascata em outras minas.

O prefeito JHC atribui à Braskem a responsabilidade pela situação. “A empresa Braskem começou a operar em Maceió na década de 1970. De lá pra cá, essa exploração predatória continuou de forma agressiva. Faltou fiscalização por parte dos órgãos competentes de maneira mais contundente.”

Segundo JHC, “a municipalidade não tem competência direta sobre autorizações e fiscalizações da atividade da Braskem e, por isso, o município também acaba sendo vítima de toda essa tragédia”. “Agora precisamos agir diariamente para poder mitigar todos os danos.”

Em 2011, a rua Coronel Lima Rocha era uma via normal, como qualquer outra, com comércios abertos e casas. Em 2022, todos os imóveis estavam cercados por tapumes. Uma placa da Defesa Civil indicava um local como “ponto de recolhimento rápido” para o caso de evacuações. As interdições deixaram o local com aspecto de “cidade fantasma”.

Veja a comparação:


As interdições também afetaram bairros vizinhos, como Pinheiro e Bebedouro.

Quais são os riscos

Durante a semana, o coordenador-geral da Defesa Civil do Estado, coronel Moisés Melo, afirmou que não sabe ao certo as consequências do colapso. “Mas é certo que grande parte da cidade irá sentir.”

E temos outros problemas. Se houver uma ruptura nessa região podemos ter vários serviços afetados, a exemplo do abastecimento de água de parte da cidade e também o fornecimento de energia e de gás. Com certeza, toda a capital irá sentir os tremores se acontecer essa ruptura dessas cavernas em cadeia”, afirmou Melo.

Um ofício enviado pela Braskem apontou que, em uma escala de 0 a 1, a certeza de uma das minas colapsar chegou a 0.8.

A Braskem informou na sexta-feira que continua monitorando a situação da mina 18. “Os dados atuais de monitoramento demonstram que o movimento do solo permanece concentrado na área dessa mina”, diz.

Segundo Alckmin, “o governo federal está de prontidão para adotar medidas emergenciais, assistindo as famílias e cooperando com a Prefeitura de Maceió e o Governo de Alagoas para reconstruir os bairros atingidos”.

O Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu a suspensão imediata de exploração mineral em Maceió.

Segundo o documento, foi solicitado à “União e à Petrobras que intervenham junto à Braskem para a suspensão imediata de todas as atividades de exploração mineral”.

O texto também fala na “adoção de medidas emergenciais destinadas a impedir ou minimizar os danos ora vislumbrados”.

 

Com informações do CNN Brasil

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