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  06:06

Campo Maior, Castelo do PI e mais 9 cidades do Piauí tem umidade menor ou igual de deserto; LISTA

 Serra de Santo de Antônio em Campo Maior - Foto: Reproduções/GaleriaTotal

Com o tempo seco e as altas temperaturas, está difícil respirar no país. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Campo Maior (PI), Castelo do Piauí, e ao menos 244 cidades no Brasil, 11 delas no Piauí, registraram umidade relativa do ar menor ou igual à do deserto do Saara nesta terça-feira (3), e a previsão é de que nesta quarta-feira (4) os índices possam ser ainda piores. Ao todo, foram pelo menos 244 cidades em todo Brasil. 

O calor se somou à seca, a maior e mais extensa já enfrentada pelo país, com cidades sem chuva há mais de cem dias. A falta de chuva e a alta temperatura faz com que a umidade, literalmente, evapore, chegando a níveis desérticos.

No deserto do Saara, por exemplo, no norte da África, a umidade do ar varia de 14% a 20%. No Brasil, 244 cidades registraram índices menores ou iguais a esse nesta terça-feira.

No caso do deserto do Atacama, no Chile, o deserto mais seco do mundo, foi registrada umidade de 5%. Dez cidades no país chegaram próximas desse índice, com 7%.

Os dados são das estações de monitoramento do Inmet, que estão em todas as regiões do país, mas não cobrem todos os municípios do Brasil.

Confira as cidades no Piauí com níveis de umidade semelhantes aos do Deserto do Saara  

Gilbués 13%
Alvorada do Gurguéia 13%
Oeiras 13%
Paulistana 16%
Canto do Buriti 16%
Uruçuí 15%
Picos 15%
São João do Piauí  14%
Campo Maior 19%
Castelo do Piauí 18%

Corrente 18%

Alertas no Piauí

Segundo o Inmet, o Piauí está sob dois alerta de baixa umidade, um de perigo, alerta laranja, e outro de perigo potencial, alerta vermelho. As únicas regiões não afetadas são a planície litorânea piauiense e a região dos cocais.

A umidade relativa do ar, conforme o alerta amarelo, deve variar entre 30% e 20%, com baixo risco de incêndios florestais e à saúde. É recomendável beber bastante líquido, evitar desgaste físico nas horas mais secas e evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.

As áreas afetadas no estado são as regiões Sudeste Piauiense, Centro-Norte Piauiense, Sudoeste Piauiense e Norte Piauiense.

O Centro-Norte Piauiense, Sudeste Piauiense e Sudoeste Piauiense estão sob alerta laranja de perigo de baixa umidade, com umidade relativa do ar variando entre 20% e 12%. Segundo o Inmet, há grande risco de incêndios e perigo para a saúde.

Alguns sintomas podem aparecer ao longo do dia como ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. Além disso, o órgão destaca para a população usar hidratante para pele e tentar umidificar o ambiente. Outras informações podem ser obtidas junto à Defesa Civil (telefone 199) e Corpo de Bombeiros (telefone 193).

Por que isso está acontecendo?

O primeiro ponto é que estamos na estação seca, consequentemente, é um período com menos chuva e isso impacta na umidade relativa do ar que se estende até outubro. No entanto, a situação ficou mais grave por três fatores:

•Seca histórica: o Brasil vive a maior e mais intensa seca de sua história recente. Todos os estados, com exceção do Rio Grande do Sul, estão passando pelo pior período seco já visto. Segundo os dados do Cemaden, em dez estados além do Distrito Federal não chove há mais de cem dias.

•Calor intenso: setembro começou com uma onda de calor que vai levar cidades a níveis recordes de calor. Com a temperatura alta e menos chuva, a umidade acaba se dissipando.

•Bloqueios Atmosféricos: o bloqueio é uma configuração dos ventos que impede o avanço de frentes frias e, consequentemente, das chuvas. Com menos nuvens e chuva, a umidade vai ficando cada vez mais baixa.

“Quanto maior a temperatura, menor a umidade do ar. A gente está enfrentando um período extremamente seco com calor, isso faz com que a situação no país fique ainda mais grave.”
— Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.

E o que pode acontecer nos próximos dias?

Segundo os meteorologistas, a situação é grave e pode piorar ainda nesta quarta-feira. Isso porque estamos em mais um dia com altas temperaturas. A umidade vai caindo ao longo do dia, conforme a temperatura vai aumentando. A previsão é a de que, até o fim desta quarta, os níveis sejam baixos.

Fonte: G1

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